A União Europeia tem responsabilidades próprias no falhanço de Copenhaga e nos reduzidos avanços registados nas negociações internacionais.
Não basta afirmar-se ambiciosa, apontando metas de redução acima de alguns dos outros principais emissores (ainda que abaixo das recomendadas pelo IPCC).
Mais do que das metas - que têm centrado as atenções nesta discussão - há que cuidar dos meios para as alcançar. Esta é uma questão central!
A UE insiste numa abordagem de mercado, nos instrumentos de mercado, que até à data só revelaram duas coisas: ineficácia e perversidade.
Aí temos um novo maná para os especuladores financeiros: já não é só a especulação sobre os alimentos e sobre a dívida soberana dos Estados; aí temos agora a própria atmosfera, o ar que respiramos.
É na irracionalidade deste sistema económico e social, na sua natureza predadora, que encontramos as causas das alterações climáticas, como de outros problemas ambientais.
A solução, séria e duradoura, para estes problemas não virá sem a imprescindível rotura com esta irracionalidade.