Senhor Presidente, Senhora Comissária Lahbib,
No dia 28 de março, participei numa iniciativa da Rede Europeia Anti-Pobreza, onde ouvi o relato de um jovem cigano que explicava como se lhe fecha sempre a porta de um emprego quando se sabe que ele é cigano.
E, no dia 14 de março, contactei em Portugal, no concelho da Moita, um casal de jovens ciganos na barraca onde vivem com um filho de quatro anos e um filho de um mês, depois de terem sido despejados da casa onde moravam. Vivem naquela barraca com aqueles filhos ao frio, à chuva, em condições completamente desumanas, que só não apertam o coração a quem não tiver o mínimo de compaixão pelo próximo. E é disto que falamos quando tratamos da discriminação das comunidades ciganas.
É que, em cima da discriminação, da marginalização, do racismo, da xenofobia e do preconceito, as comunidades ciganas vivem todos os outros problemas que atingem outras minorias e outras classes e camadas da população.
E o melhor contributo que podemos dar neste debate é o de apoiar políticas que resolvam os problemas a toda a gente, sem deixar ninguém para trás. A toda a gente, sem deixar ninguém para trás na solução desses problemas, incluindo as comunidades ciganas, para que, como diz uma conhecida música portuguesa, «possamos viver numa terra onde toda a gente trata a gente toda por igual».