Posições Políticas

O homem que não aprendeu a descontentar-se com o espectáculo do mundo: «O Ano da Morte de Ricardo Reis» em cinco encontros

«Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo», verso de Ricardo Reis, epígrafe do Ano da Morte de Ricardo Reis, que traz subjacente uma tremenda ideia de indiferentismo, de marasmo, quase frieza, uma neutralidade letárgica ou um desprendimento apático; uma ideia de inacção, de não intervenção, uma ideia não revolucionária, antiactivista, porque agir não é ser sábio, segundo Ricardo Reis.

Escrever para teatro: a contribuição de Saramago para a dramaturgia portuguesa no pós-25 de Abril

Julgo necessário declarar que sou sobretudo uma leitora da obra de Saramago e dos seus textos escritos para teatro; não os estudei em detalhe e não os vi em cena pelo que não irei falar dos espectáculos que deles partiram e que colocariam questões de ordem estética e artística que ultrapassam o tema desta conferência. No entanto, veremos que espectáculos e textos coexistem num mesmo momento histórico e encontram-se em sintonia na visão que têm acerca do lugar do teatro na sociedade.

José Saramago - resistente antifascista, intelectual de Abril e militante do PCP

Num tempo de tanta pequenês e violência fascista a querer dominar o país surge essa figura impressionante a apoiar a candidatura de Norton de Matos em 1949 e a perder o emprego, o trabalho, em consequência de uma lucidez que iria ser decisiva e transfiguradora.

A defesa da soberania nacional e integração europeia, a partir das obras «Jangada de Pedra» e «História do Cerco de Lisboa»

Boa tarde, camaradas e amigos!

É com muito gosto que participo nesta conferência sobre a obra de Saramago. Também no PÉ iremos assinalar, no próximo dia 16 de novembro,com uma exposição e um debate, o Centenário de José Saramago.

Um escritor universal, humanista e comunista cuja obra seria inevitavelmente diferente sem a visão do mundo que resulta dessa condição. E também um escritor profundamente português:

Saramago jornalista: a imprensa como espaço de resistência

Questão prévia, que talvez se justifique aclarar para começo de conversa, poderá ser a de saber se José Saramago foi realmente jornalista. Jornalista, tanto no sentido corrente do termo – aquele que recolhe informações e as difunde sob a forma de notícia, reportagem, entrevista ou opinião –, como na definição plasmada no quadro normativo.

História, fantasia e actualidade. A propósito da escrita de Saramago

Três pontos no universo parecem muito afastados: A História, que conta o que já houve, a fantasia, que inventa o que a imaginação alcança e, finalmente, a atualidade, dura como punhos, longe do passado e das fantasias de todos os tempos, impositiva e fugaz. E, no entanto, estes três pontos, História, fantasia e atualidade, necessariamente se ligam.

O poder e a violência em «Ensaio sobre a Cegueira»

«A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante. Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não sabem, porque não podem, ou porque não querem.

A obra «Levantado do Chão»

Muito teremos sempre a dizer acerca dos romances de José Saramago:

José Saramago e a sua influência nas novas gerações

José Saramago influenciou a vida de todos aqui presentes, seja pela sua escrita, seja pela sua militância. E não só influenciou a nossa vida, mas também a nossa forma de refletir sobre o mundo, sempre de uma forma perspicaz, incentivando-nos a questioná-lo e a mudá-lo.