Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Política regional como parte dos regimes de auxílios estatais mais alargados

Este relatório trata de uma velha questão. Uma questão matricial do processo de integração capitalista europeu. A UE coarcta e impede, em larga medida, a intervenção do Estado na economia. Interfere com a forma como cada Estado-Membro, atendendo à sua realidade específica e às necessidades das suas regiões, planifica e atribui as chamadas “ajudas de Estado”. Põe assim em causa uma intervenção democrática do Estado na economia. Põe assim em causa a própria democracia, ao excluir essa possibilidade de intervenção. E fá-lo para abrir as portas à ditadura de mercado.
Mas essas limitações nunca põem em causa a canalização de generosos recursos públicos para grandes grupos privados, alguns multinacionais, que pouco tempo depois de receberem avultados financiamentos públicos se deslocalizam para outros países espoliando mais apoios públicos e deixando um rasto de destruição e desemprego por onde passam.
Ademais, lamentamos o não prolongamento da obrigação de permanência destas empresas no país em que recebem as ajudas até pelo menos 10 anos, em vez dos actuais 5 anos.
As regras que o relatório refere vêm prejudicar sobretudo as regiões mais desfavorecidas, limitando o seu desenvolvimento.
Votámos contra.

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