É motivo de grande preocupação para todos quantos aspiram a um mundo de paz o agravamento da guerra na Ucrânia, uma guerra que dura há nove anos e a que urge pôr fim.
A escalada armamentista e o consequente prolongamento e intensificação da guerra comportam acrescidas e graves consequências e perigos para os povos ucraniano e russo, para os povos da Europa e de todo o Mundo.
É cada vez mais evidente que são os trabalhadores e os povos que estão a pagar os custos da instigação da guerra, da deriva militarista, da espiral de sanções promovidas pelos EUA, a NATO e a UE, visíveis no aumento dos preços dos bens de primeira necessidade, no ataque aos direitos e às condições de vida, no agravamento da pobreza e das desigualdades, na deterioração da situação económica e social.
É cada vez mais ostensivo que quem ganha com a guerra e quer o seu prolongamento são as grandes empresas de armamento, da energia, da alimentação, da distribuição ou a banca, que acumulam milhares de milhões de lucros.
A realidade está a demonstrar que sendo apresentada como uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, esta é, de facto, uma guerra dos EUA e da NATO com a Rússia, no quadro da estratégia de domínio hegemónico do imperialismo norte-americano, em que a Ucrânia e o poder ali instalado são usados como instrumento dessa perigosa acção belicista, à custa do sacrifício do povo ucraniano.
O imperialismo está cada vez mais empenhado na criação de graves focos de tensão e de guerra com o objectivo de justificar a sua política de exploração e opressão, o que é patente no incremento da ingerência, da agressão, da imposição de sanções e bloqueios a países que não se submetem aos seus ditames, em que se enquadram a escalada contra a Rússia e a crescente confrontação contra a China.
Neste contexto, assume particular gravidade o posicionamento de submissão e alinhamento do Governo português com a política de escalada armamentista e de agravamento do conflito no Leste da Europa, contrário aos interesses do povo português e à Constituição da República Portuguesa, que pugna pela resolução pacífica dos conflitos internacionais.
O PCP reafirma que é premente que os EUA, a NATO e a UE cessem de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia e que se abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando alcançar uma solução política para o conflito, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.
O PCP repudia as pressões e chantagens sobre os países que mantêm uma posição própria sobre o conflito, não alinhando com a escalada belicista dos EUA, da NATO e da UE, e alerta para que a tentativa de instrumentalizar a ONU em função da estratégia de confrontação mina os seus fundamentos e a sua própria existência.
Denunciando as manobras do imperialismo que visam obstaculizar o necessário diálogo com vista à promoção da paz, da cooperação, da segurança e do desarmamento, o PCP valoriza os apelos, as iniciativas e as propostas de mediação com vista a uma urgente solução política do conflito.
Na actual situação, em que por todo o mundo se expressa inequivocamente a aspiração à paz, assume a maior importância a resistência e luta de países e povos em defesa da sua soberania e direitos, incluindo o direito ao desenvolvimento, pela construção de uma nova ordem internacional de paz e progresso social.
Expressando a sua solidariedade para as vítimas de uma guerra que dura há nove anos e considerando de grande importância as acções em prol da paz que têm sido realizadas em Portugal, o PCP reitera o seu firme compromisso com a luta pela paz, pela verdade, contra o militarismo, o fascismo e a guerra, por uma política externa de Portugal de soberania nacional, amizade, paz e cooperação com todos os povos do mundo.