A proposta de aumentar o número médio de Anos de Vida Saudável, (em 2 anos) é a resposta pronta da Comissão ao aumento da esperança média de vida, conquista de civilização, em resultado do progresso científico e técnico.
Como afirmámos durante o debate, esta questão presta-se a abordagens distintas e mesmo conflituantes.
O envelhecimento activo e saudável cria novas necessidades sociais e exige investimentos em diversificados serviços públicos, existentes e a criar, desde logo no domínio da saúde. Abre também novas potencialidades no domínio da fruição e prolongamento dos tempos de lazer e descanso.
Mas a resposta ao aumento da esperança média de vida, na sociedade capitalista, parece mais servir para alimentar a pressão sobre os trabalhadores, diminuir os seus direitos e aumentar a idade da reforma.
Este relatório reflecte esta tensão. As alusões à integração dos mais idosos no mercado de trabalho, à "flexibilidade do mercado de trabalho", às "possibilidades de trabalho a tempo parcial e prevendo diferentes modalidades de contratos de trabalho adequadas aos trabalhadores mais idosos", às "reforma flexíveis" e "parciais" não podem deixar de suscitar, ainda para mais no actual contexto político e social, grandes preocupações.