A relatora propõe uma falsa solução para o problema da crise económica - combinar medidas ditas de austeridade e de consolidação orçamental com uma "estratégia de investimento em prol do crescimento sustentável e do emprego", sem ter em conta que uma e outra são pura e simplesmente contraditórias. Com base nessa ideia propõe um processo de transição de um "Estado-providência activo" para o que designa de "Estado-providência mobilizador". O verdadeiro significado de tal conceito é a desresponsabilização do Estado em relação à garantia dos direitos sociais, nomeadamente no que concerne à disponibilização de serviços públicos, colocando a ênfase na responsabilidade individual, na criação de serviços sociais privados - ou seja, privatização dos serviços públicos - na promoção de relações laborais precarizadas (flexiguramça) e no inaceitável aumento da idade da reforma, ansiando destruir mais um direito social conquistado pelos trabalhadores. A relatora defende assim que a retoma económica passe pela privatização dos serviços públicos - criação de "investimentos sociais" - e que estes sejam incluídos nos Planos Nacionais de Reforma e, em geral, nas estratégias de supervisão macroeconómica e orçamental da UE. O caminho da degradação das condições de vida dos trabalhadores será, para nós, sempre inaceitável.