Este debate orçamental deixa claro qual o papel do Parlamento Europeu neste processo.
Primeiro, faz a habitual prova de vida, verberando o Conselho e as suas posições. Quase nunca indo ao essencial, ficando-se pelo acessório. Num segundo momento, ei-los prontos a aceitar, sem corar de vergonha, o que antes diziam ser inaceitável.
É um triste papel, mas é o papel que voluntariamente a direita e a social-democracia escolhem assumir neste Parlamento.
Reafirmamos aqui o que já antes dissemos: esta proposta de orçamento para 2013 é vergonhosa, inaceitável, flagrantemente contraditória com o discurso da solidariedade, com a toda a propaganda em torno do crescimento e coesão.
Quanto ao orçamento rectificativo para 2012, ficam a faltar cerca de 3 mil milhões de euros de pagamentos devidos aos Estados-Membros, que agora decidem atirar para 2013, certamente criando um problema ainda maior do que aquele que enfrentamos este ano.
Não adianta virem depois culpar o Conselho. Os que apoiarem este orçamento serão igualmente responsáveis pelo que vier acontecer.