Este orçamento é o reflexo do actual momento desta união europeia. Um projecto que está encalhado num mar de incerteza de falta de confiança mútua e que retrai os países a contribuir para o orçamento. Este orçamento, curto para tanta ambição, apenas irá alimentar a desilusão daqueles que ainda acreditam neste projecto europeu.

Registámos positivamente os esforços para construir o melhor orçamento possível dentro dos limites estreitos determinados pela recusa dos principais países em contribuir para reforçar o orçamento sem o qual não são possíveis políticas de coesão social e territorial.

Não alimentamos nenhuma ilusão num projecto que aposta tudo em medidas do lado da oferta e acredita que o investimento há de cair do céu, através de um fundo de investimento estratégico sem credibilidade e que irá apenas reforçar as parcerias público privadas e a concentração do investimento nas regiões mais ricas.

Importa também relembrar que muitas das questões mais quentes discutidas a propósito deste orçamento como é o caso dos apoios aos agricultores e aos refugiados, decorrem de políticas erradas tomadas nos últimos anos e que decorrem da matriz neoliberal e neocolonial que caracteriza esta União Europeia, hoje em plena crise de valores.