As ambições de financiamento para os objectivos do Milénio são manifestamente insuficientes – 0,7% do rendimento nacional bruto é uma gota de água se pensarmos nos investimentos que são feitos em armamento, em guerras de ocupação que destroem países ou em injecção de financiamento público no sistema bancário. Aliás, investimentos esses que contribuem totalmente para aumentar a pobreza – basta ver o que resultou dos escombros de intervenções militares da EU em países como a Líbia, o Afeganistão e o Iraque. Para não falar da assinatura de acordos de livre comércio em que a EU está tão empenhada – como com a Colômbia, o Peru ou os países do Mercosur – que têm efeitos devastadores nas economias dos países que dizem querer “ajudar”.
É preciso olhar para o exemplo de países que têm evoluído no cumprimento dos objectivos do Milénio, como a Venezuela ou Cuba. Já em 2005, Cuba tinha atingido os objectivos da educação, igualdade de género e mortalidade infantil. Porquê? Porque o modelo social do país, oposto ao modelo ideológico da UE, investe fortemente numa rede de bens e serviços sociais gratuitos. E não somos nós que o dizemos. São as Nações Unidas.
Se a EU está tão empenhada em contribuir para os objectivos do Milénio, uma sugestão: elimine toda a sua vertente militarista e securitária e transfira esses recursos para o cumprimento dos objectivos do Milénio.