O mercado de trabalho da UE

Em diversos países, por detrás de muitos dados sobre a diminuição das taxas de desemprego, está o emprego precário, a insegurança e a miséria de muitos trabalhadores. É o caso do meu país - Portugal, onde se designou que os chamados "ocupados" não fazem parte das taxas de desemprego. Ora, os ditos ocupados são trabalhadores que, em vez de usufruírem um contrato de trabalho que corresponda ao posto de trabalho permanente que ocupam - muitas vezes em instituições públicas - são trabalhadores que têm um chamado "Contrato de Emprego-Inserção", frequentam um estágio ou um curso de formação profissional. Em Junho passado, em Portugal, eram já mais de 150 mil trabalhadores que estavam com este tipo de vínculo precário, cerca de 50 mil deles com o tal contrato de emprego-inserção em que os trabalhadores ganham abaixo do salário mínimo. Ora como é que a UE quer combater a precariedade se é a própria UE que financia este tipo de exploração laboral - no quadro financeiro anterior foram mais de 95 milhões de euros do Fundo Social Europeu para estes pseudo-contratos. Não é de certeza com o aumento da flexibilidade das relações laborais - que os senhores tanto repetem que irá construir um mercado de trabalho competitivo - que melhorará a vida dos trabalhadores. A flexibilidade é precisamente a precariedade que desrespeita os direitos dos trabalhadores. Ao contrário, é o respeito por esses direitos que levará ao aumento do emprego.

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