Este relatório reflecte a intenção de forçar uma inaceitável fuga em frente, perante a profunda crise na e da UE. Tendo presente que, em última instância, essa fuga em frente exigiria uma alteração dos actuais tratados, mas sabendo que os povos não o permitiriam, opta-se por enquadrar esses mesmos planos no figurino institucional do Tratado de Lisboa.
Assume-se a intenção de limitar ainda mais a soberania dos Estados, concentrando mais poder nas instâncias supranacionais controladas pelas grandes potências, para desta forma mais facilmente impor o cumprimento de "novas disposições legais em matéria de política económica e de reformas estruturais".
A defesa do fim das decisões por unanimidade no Conselho (as que ainda persistem) - um importante instrumento de defesa dos interesses dos Estados com menor poder no processo decisório - e a proposta de criação de um "Ministro das Finanças da UE" convergem para este objectivo. Insiste-se no aprofundamento da União Económica Monetária, reforçando uma configuração e funcionamento de recorte neocolonial.
Como noutros tempos, inventa-se um "inimigo externo", uma "ameaça externa", para justificar uma deriva militarista, securitária e antidemocrática. Defende-se uma política "externa" e de "defesa" articulada com os "interesses estratégicos da UE"; um exército europeu e uma corrida aos armamentos. Tudo demasiado inquietante e perigoso.
Obviamente votámos contra.