O povo português findou mais um ano de imposições da troika e de submissão do governo nacional. E o que ficou para a memória histórica? O desemprego cresceu 25,4% ganhando o país o honroso lugar da 3ª maior taxa de desemprego da OCDE; o peso dos salários na economia registou a maior queda desde 1984, os níveis salariais atingiram níveis de há uma década. Foram ainda privatizados importantes sectores estratégicos lucrativos, como os aeroportos nacionais. Tudo não só para pagar a dívida pública mas o empréstimo da troika mais os seus fabulosos juros adicionais que se tornarão progressivamente impagáveis num país que hipoteca o seu crescimento económico. A dívida pública, aparente motivo de todas estas medidas, não diminuiu, antes aumentou, atingindo mais de 120% do PIB.
Simultaneamente, as maiores fortunas pessoais em Portugal aumentaram 13% e as empresas de energia e telecomunicações registaram lucros superiores a 1240 milhões de euros. Para que o ano terminasse bem para o grande capital, foi ainda acordada a recapitalização de mais um banco privado em 1100 milhões de euros.
Os trabalhadores manifestaram-se veementemente contra a entrega dos seus rendimentos ao grande capital. A EU perdeu, finalmente, a face.