Em primeiro lugar quero saudar todos os presentes nesta sala, pois esta massa humana aqui reunida para discutir questões eleitorais, mais uma vez, é a demonstração de que temos um Partido forte e preparado para as várias frentes da nossa intervenção junto dos trabalhadores, da juventude e do povo.
Este ano, a par de toda a actividade normal do Partido e da sua intervenção junto dos trabalhadores, prioridade de todas as prioridades, vamos ter um ano exigente com três batalhas eleitorais pela frente.
Mais do que um fim em si, tal como são concebidas pelos partidos da burguesia, as eleições têm de ser assumidas como uma frente de luta e intervenção, convergente com os objectivos e a acção geral do Partido, dela beneficiando e para ela contribuindo.
Assim a intervenção eleitoral constitui, e deve ser assumida, como um importante espaço de acção política e de contacto com as massas, capaz de contribuir para a afirmação das propostas e projecto do nosso Partido e para a elevação da consciência social e política do povo.
Eleições estas, que sendo um importante espaço de afirmação do nosso Partido, também de protesto e de proposta, têm de ser compatibilizadas com a acção geral de reforço do Partido, cujo lema “Avante Por um PCP Mais Forte!” o nosso XVIII aprovou.
Acção geral de reforço do Partido que tem de ter centralidade na acção e planificação das organizações, integrando a acção eleitoral com a acção de reforço do Partido, até pela ampla possibilidade de contacto que o ano proporciona.
A necessidade de construir as listas autárquicas possibilita o contacto com centenas de militantes o que permite actualizar fichas, receber e actualizar quotizações, ver no concreto a possibilidade de alargar a difusão da imprensa do Partido, de construir Partido em muitas Freguesias onde são grandes as debilidades orgânicas.
A necessária e larga acção de contacto com os trabalhadores e as populações, abre amplas possibilidades ao recrutamento para o Partido.
E nesta matéria, particular destaque deve merecer o contacto com os trabalhadores, num quadro em que ganham particular expressão os efeitos da crise do capitalismo, como é o caso da região do Algarve onde os últimos dados revelam ser aquela onde mais tem subido o desemprego e onde os vínculos precários predominam.
¬A acção de reforço do Partido, luta de massas e dinâmicas eleitorais têm de caminhar a par e não são dissociáveis.
Umas não podem ser sobrepostas às outras. Todas concorrem para um mesmo objectivo: o reforço político, social e eleitoral do nosso Partido.
É também numa perspectiva integrada da nossa intervenção que privilegiamos a luta de massas, nomeadamente a luta dos trabalhadores, como elemento decisivo para influenciar o voto, para levar a luta ao voto.
Pois a ruptura com a política de direita e a construção de uma alternativa de esquerda terá maior êxito, quanto maior amplitude tiver a luta de massas, a acção colectiva dos trabalhadores e das populações.
Por isso assume, desde logo especial importância, uma forte mobilização para a jornada de luta da CGTP-IN do próximo dia 13 de Março.
Mobilizando para a luta, para as grandes e pequenas lutas, reforça-se o Partido do ponto de vista orgânico, mas também do ponto de vista eleitoral.
Ao contrário de teorias recorrentes, o problema do crescimento eleitoral não reside no discurso ou na “mensagem que não passa”, na natureza de classe, funcionamento e centralismo democrático, não foi ou é a ideologia e a identidade comunista, que impediram de crescer eleitoralmente.
No caso do Algarve, foi exactamente o contrário, com o passar dos anos e sem intervenção política junto das massas o Partido foi perdendo a sua influência eleitoral na região.
Hoje a situação já é diferente, mas ainda com muito trabalho por fazer.
Estamos mais preparados para enfrentar as batalhas eleitorais que se avizinham e numa visão integrada dos três actos eleitorais. Seria fazer batota, termos numa ou noutra eleição a nossa prioridade. Todas são um conjunto, e todas acabarão por se influenciar mutuamente.
É assim que preparamos as eleições na Organização Regional do Algarve actualmente, ao contrário do que era norma no passado onde a par da actividade fraccionária, o Partido só funcionava para as eleições deixando de lado a intervenção nas empresas e locais de trabalho e junto das populações.
Num quadro de grande ofensiva do capital sobre os trabalhadores, em que o Partido Socialista através do Governo de Sócrates, tem desferido rudes golpes nas conquistas de Abril e tem conduzido a generalidade do nosso povo à pobreza, o PCP tem-se reforçado e alargado a sua influência.
Os comunistas têm tido um papel determinante na denúncia dos problemas e na mobilização para a busca das soluções.
A gestão autárquica do PS e do PSD na região tem-se pautado, tal como os vários governos que têm passado pelo poder, por uma gestão que beneficia o poder económico e deixa de lado as necessidades das populações.
As atenções têm-se virado sempre para o litoral, para os resort's de luxo e campos de golfe e as populações têm visto os seus interesses postos em segundo lugar.
A gestão autárquica do PS e PSD tem governado em favor dos grupos económicos, onde existem hotéis e golfe lá estão as infraestruturas básicas, a água, o saneamento e as estradas, não no sentido da satisfação das necessidades das populações mas no sentido da criação de condições ao poder económico. Onde não há hotéis e golfe as populações são quase deixadas ao abandono.
É preciso mobilizar as populações para lutarem pelos seus direitos, levá-las para a rua, inseri-las nos movimentos de massas e fazê-las compreender que a luta organizada é o único caminho possível para fazer alterar o rumo do País.
Mas, camaradas, não há votos sem a luta de massas, e não há votos sem Partido, e não há Partido sem a sua organização junto dos trabalhadores, sem natureza de classe, sem ideologia, e sem o objectivo da construção do socialismo, no quadro que hoje vivemos de profunda crise do sistema capitalista.
A luta pelo socialismo é o nosso grande objectivo que tem de estar presente em todas as batalhas em que participamos.
No quadro da acção geral de reforço do Partido “Avante por um PCP mais forte!” assume também especial importância o prosseguimento da acção mais geral de formação política e ideológica, aspecto cada vez mais indispensável num contexto de uma forte ofensiva ideológica e num quadro político que apresenta, como diz o nosso XVIII Congresso, grandes complexidades mas igualmente grandes potencialidades.
Igualmente importante, camaradas, é o reforço financeiro do Partido, capaz de garantir a independência política do nosso Partido.
A realidade confirma que é pela acção política do PCP e pela organização e intervenção directa das massas que os trabalhadores e o povo melhor poderão compreender a importância da acção colectiva, e adquirir a consciência social e política necessária para as transformações estruturais da sociedade que rompam com a actual política, sem as quais os seus problemas e os do país não serão resolvidos.
Na região do Algarve a afirmação do nosso Partido, o seu reforço orgânico, os avanços verificados estão intimamente ligados às pequenas e grandes lutas que desenvolvemos com os trabalhadores e as populações.
De Alcoutim a Aljezur, de Vila do Bispo a VRSA, do Litoral à serra algarvia há hoje uma presença do Partido que não se oculta e que não se acomoda, do Partido voltado para a luta e da luta indispensável pela transformação social.
Portador de um projecto revolucionário, transformador e emancipador, o PCP, fiel ao seu percurso de intervenção combativa e coerente em defesa dos trabalhadores e do povo, assume-se como força incontornável na construção de uma alternativa política que abra um caminho de justiça, progresso social e soberania nacional de que Portugal precisa, tendo o Socialismo como horizonte.
Avante por um PCP mais Forte!
Viva a luta dos trabalhadores e do povo!
Viva a juventude e a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!