Falta um mês para as eleições para o Parlamento Europeu. E aqui estamos como sempre, com os pés assentes na terra mas com determinação, com alegria, com a certeza de que no mandato que acaba não traímos o voto e a confiança de quem vê na CDU uma força de palavra, de trabalho e de coerência.
Aqui estamos com a convicção de que tudo faremos nos próximos anos, também no Parlamento Europeu, para continuar a defender, como sempre fizemos, os interesses do povo, dos trabalhadores e do País.
Não tememos comparações quanto ao trabalho realizado, aliás até desejamos que se façam.
Não guardamos no segredo dos deuses o que andamos a fazer no Parlamento Europeu, pelo contrário, tornamos público e divulgamos o mais possível as nossas posições, as nossas votações, as nossas declarações e as nossas propostas. Já de outros pouco ou nada se conhece.
Dizemos o que fazemos, porque fazemos o que dizemos. Em campanha ou fora dela. Em Bruxelas ou aqui, em Vialonga. De rosto erguido e de cara levantada, e isso só podem fazer os que não dizem umas coisas e fazem outras, que dão palmadinhas com uma mão e facadas com a outra.
Lá, como cá, estivemos e estamos sempre contigo, para o que der e vier. Com quem trabalha e trabalhou toda uma vida. Com quem estuda. Com quem se vê obrigado a procurar noutro país a vida melhor que não encontra no lugar onde nasceu.
Sempre contigo pelo aumento dos salários. Pelo aumento das reformas. Pela defesa do Serviço Nacional de Saúde. Pelo direito à habitação. Pela produção nacional.
Sempre contigo de forma corajosa e sem vacilações contra os interesses dos monopólios e do grande capital, esses sim, os principais beneficiários das imposições da UE e da política de direita de sucessivos governos.
É esta a nossa opção. Perguntamo-nos se outros partidos poderão dizer o mesmo.
Quando os deputados do PCP no Parlamento Europeu propuseram o aumento do financiamento do transporte público, PS, PSD e CDS votaram contra.
Quando propusemos que se desse centralidade ao financiamento de áreas sociais e laborais, sectores produtivos, preservação da biodiversidade, acolhimento e integração de refugiados e migrantes, PS, PSD e CDS votaram contra.
Quando os nossos deputados no Parlamento Europeu propuseram que os fundos fossem usados para a melhoria da situação económica e social, PS, PSD e CDS votaram contra e mais grave ainda, acharam que esses fundos deveriam ir para o militarismo e a guerra.
Quando os nossos deputados no Parlamento Europeu recusaram as novas regras orçamentais, que nos procuram impor mais um corte de 2,8 mil milhões de euros de despesa pública, lá estiveram PS, PSD e CDS a dar o seu voto a favor de mais cortes e menos soberania.
PS, PSD e CDS alinhadinhos, de joelhos e vergados aos interesses da UE, alinhados contra os interesses do nosso povo e do nosso País. E como se não bastasse já, Chega e IL querem-se juntar a esta união anti patriótica.
Os trabalhadores, o povo e o País não precisam de mais deputados no Parlamento Europeu que em Portugal defendam a União Europeia.
O que os trabalhadores, o povo e o País precisam é de deputados da CDU que, na União Europeia, defendam cada um de nós e defendam Portugal.
O que é preciso é mais deputados da CDU comprometidos que estão com o aumento dos salários, das reformas, a defesa dos serviços públicos, da produção nacional, dos direitos dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, das mulheres, dos migrantes, das pessoas com deficiência, dos agricultores e pescadores, dos micro, pequenos e médios empresários.
Os que todos os dias nos dizem que vivemos no melhor dos mundos possíveis vão mesmo ter de explicar onde vão cortar esses 2,8 mil milhões de euros, que terão impactos já no próximo ano.
Vão mesmo ter de explicar o que tencionam fazer quanto às altas taxas de juro impostas pelo BCE que tanto têm dado a ganhar à banca e tanto têm prejudicado e empobrecido grande parte das famílias e das micro, pequenas e médias empresas do nosso País.
É que todos eles, PS, PSD, CDS, Chega, IL, votaram contra, ainda há dias, as nossas propostas precisamente para defender milhões de famílias confrontadas com aumentos brutais de rendas e prestações de crédito à habitação.
Todos eles terão de explicar os crimes económicos, as negociatas e a corrupção associada às privatizações, esses crimes apoiados, incentivados e subscritos pela União Europeia, como foi com a ANA e tal como acontece agora com a TAP.
Vão mesmo ter de explicar porque é que a Política Agrícola Comum de Bruxelas paga a uns para não produzir, favorece os grandes proprietários, e obriga o País a comprar ao estrangeiro o que antes produzia.
Vão ter de explicar as opções da UE subscritas por eles, pelos baixos salários e reformas, de injustiça fiscal, o desmantelamento dos serviços públicos e o ataque ao SNS e à Escola Pública.
Mas é que vão mesmo de ter de explicar, sabemos que não o querem mas não permitiremos que a campanha eleitoral seja um desfile de vaidades e em torno de ideias mirabolantes, e que passe ao lado da vida, dos concretos e das dificuldades da vida do nosso povo.
Tentam atirar-nos para discussões simplistas e deturpadas, em relação ao Euro, à integração europeia, à escalada da guerra. Tentam limitar e falsificar o debate nestas eleições em torno de questões colocadas de uma forma que pouco ou nada diz à larga maioria dos trabalhadores e da população. Fazem-no para evitarem discutir estes e outros temas com a seriedade e a profundidade que se exige.
Tentam mas não vão conseguir fugir deste debate, que diz respeito às vidas de milhões de pessoas que no nosso País sofrem as consequências da política de direita, da política ruinosa que assenta que nem uma luva à ínfima minoria dos mais ricos, aos grupos económicos e multinacionais. É por isso que continuam a agitar papões e a afunilar a discussão para respostas de sim ou não.
Nós não ignoramos a realidade de mais de 20 anos de estagnação, no crescimento económico, nos salários, na produção, nos sectores estratégicos, pondo em causa o desenvolvimento do País e o bem-estar do povo e dos trabalhadores. Nós não enterramos a cabeça na areia. Se outros o fazem, terão de ser responsabilizados por isso.
Nós não nos conformamos com um País de sol e praia, com um modelo económico assente nos baixos salários, com a degradação dos serviços públicos em nome das mal chamadas “contas certas”, com a entrega ao estrangeiro de importantes empresas estratégicas, com a especulação imobiliária e os lucros escandalosos da banca à sombra das medidas do BCE.
E não deixa de ser curioso, e diria até revelador, que os cabeças de lista ao Parlamento Europeu da AD e do PS tivessem, esta semana, os dois, praticamente à mesma hora, assumido o compromisso de inscrever a habitação na carta dos direitos da UE.
Aproveito para lembrar esses candidatos de que, primeiro de inscrever na carta da UE, está inscrito na nossa carta de direitos, essa nossa carta que se chama Constituição da República, até ajudamos com o artigo, é o artigo 65, esse artigo que consagra a habitação como um direito.
E se assim é, e é, que tal cumprir e fazer cumprir a nossa carta dos direitos em vez de a negar como fazem PS e PSD e depois, sim, com autoridade e com o exemplo, levar a que outros países o façam.
Não nos conformamos com o facto de, desde 1996, Portugal, ao mesmo tempo que recebeu em termos líquidos 101 mil milhões de euros em fundos comunitários, tenha visto sair do País para outros países na UE mais de 168 mil milhões de euros em lucros, dividendos, rendas e juros. Ainda há quem nos tente vender que este é um bom negócio.
Não nos conformamos com o aumento das injustiças e desigualdades. A riqueza dos cinco homens mais ricos da UE aumentou em 76% desde 2020. Aumentou quase 6 milhões de euros por hora desde 2020. No mesmo período, 99% da população da UE tornou-se mais pobre.
A UE representa menos de 6% da população mundial e, mesmo assim, tem 15% dos bilionários do mundo inteiro e 16% da riqueza bilionária global. Vinte e duas de algumas das maiores empresas da UE obtiveram 172 mil milhões de euros em lucro líquido entre Julho de 2022 e Junho de 2023. Isto é 66 por cento mais do que o seu lucro médio para 2018-2021. Os 1% mais ricos detêm 47% da riqueza financeira total da Europa.
Em Portugal, à medida que uma pequena minoria concentra grande parte da riqueza que é criada, milhões de trabalhadores recebem por mês até mil euros brutos, e mais de um milhão de reformados recebe abaixo do limiar de pobreza.
Não tem de ser assim. Não pode ser assim. Não vai ser assim. Não estamos condenados a esta desigualdade. Não podemos conformarmo-nos com esta injustiça em que tantos têm tão pouco para tão poucos terem tanto.
Tal situação tem causas e tem responsáveis. Mas tem também soluções. E as soluções assentam na política alternativa que apresentamos. Uma política alternativa patriótica e de esquerda, que precisa de ser firme, corajosa, determinada em fazer cumprir os valores de Abril no futuro de Portugal.
As históricas comemorações populares do 25 de Abril e a grande jornada do 1.º de Maio, convocada pela CGTP-IN, deram expressivos e inequívocos sinais de que o povo, os trabalhadores, os jovens estão empenhados em defender estes valores de forma reivindicativa.
É preciso não deixarmos esta força, esta mobilização, esta energia, lá atrás, mas sim trazê-la para o presente e para o futuro, para as lutas que aí estão todos os dias, nas empresas, nas fábricas, nas escolas, nas ruas. Por melhores condições de trabalho, pela defesa dos direitos, à habitação, à saúde, à educação, pela paz. Por melhores condições de vida.
Mesmo na situação actual, onde os interesses do grande capital têm mais representação na Assembleia da República, será isto, será o desenvolvimento da luta de massas que irá determinar de forma decisiva o rumo das políticas que serão seguidas. Sempre foi assim, assim continua a ser.
Aí está o exemplo de Abril que alguns se esforçam por tentar esconder, apagar, suavizar. O exemplo de Abril que mostra que não há amarras das quais o povo não se consiga libertar.
É este exemplo, é esta força, são estes valores, que transportamos nas nossas propostas e na política patriótica e de esquerda que propomos ao povo.
É fundamental que ela marque presença no Parlamento Europeu a partir de dia 10 de Junho. E mais do que isso, que saia reforçada.
Para isso, todos precisamos de nos mobilizar. Cada um de nós precisa de falar com os familiares, os amigos, os vizinhos, os colegas. Ninguém fará esse trabalho por nós. E se assim é, que ninguém fique em casa. Que ninguém descanse. Todos somos necessários.
Pensemos em todos aqueles que ainda não sabem que votarão em nós no próximo dia 9, mas que com o nosso contacto, com o nosso esclarecimento saberão que é na CDU que poderão confiar.
Saberão que é com a CDU que verão a sua voz representada no Parlamento Europeu. Saberão que é a CDU que, como nenhuma outra força, lutará contra as injustiças e as desigualdades.
Que defenderá a produção nacional e a capacidade de nos desenvolvermos respondendo às necessidades do nosso povo.
Que recusará transformar o ambiente numa nova área de negócio.
Que combaterá a direita e a extrema direita, venha ela de onde vier, tenha ela as formas que tiver, com a experiência de quem em 103 anos de existência nunca se furtou a esse combate.
Que defenderá os direitos, as liberdades e a democracia, cada vez mais postos em causa por aqueles que se dizem os seus bastiões.
Que defenderá a nossa soberania, para garantir que o Povo é dono do seu futuro.
Que defenderá a paz na Ucrânia, na Palestina, em qualquer parte do mundo, e que recusará o caminho da guerra e da corrida aos armamentos.
Saberão que a voz da CDU é insubstituível. E para isso todos nós precisamos de nos envolver na campanha. De forma activa, confiante, alegre.
Avancemos!