Os operadores de transportes rodoviários europeus afectados pelas sanções impostas pela União Europeia à Rússia – e que motivaram idênticas acções por parte da Rússia como resposta – são também eles parte do que poderíamos chamar os danos colaterais da posição da União Europeia. Uma posição inaceitável, de confrontação, de instigação e aprofundamento do conflito.
Uma posição que em nome de inconfessados interesses, de natureza política, económica e geoestratégica das potências europeias e dos grupos económicos que estas representam, desestabilizou a Ucrânia, abriu caminho à ascensão ao poder de forças de cariz assumidamente nazi-fascista, apoiadas e financiadas pelos Estados Unidos e União Europeia, que esperam agora que aquelas satisfaçam os seus superiores interesses.
Neste processo, os operadores de transportes europeus, como os produtores agrícolas, como as empresas do sector das pescas e aquacultura, entre outros, são os tais danos colaterais, de uma estratégia que os sacrifica em favor desses outros interesses.
A comissão europeia não pode por isso lavar daqui as suas mãos, como hoje aqui fez. Tem responsabilidade directa nestes prejuízos. Não pode simplesmente atirar os custos com eventuais compensações para cima dos Estados-Membros.