Este relatório apresenta a situação do sector da horticultura de forma mistificadora, advogando para um sector que enfrenta alguns problemas (menores para o relator), uma maior industrialização e intensificação da produção, apostando na investigação e na sua ligação directa à competitividade do sector. Defende a diluição da legislação europeia ao nível do ambiente e da saúde, por exemplo quanto aos pesticidas e ao seu uso, usando argumentos como a falta de competitividade e a necessidade de baixar as normas mínimas legais para os pesticidas. Utiliza conceitos como “pesticidas com risco aceitável” para classificar os pesticidas que são desreguladores endócrinos, ou defendendo o uso de neonicotinóides como inevitáveis para a produção.
Tenta-se branquear o que é a manipulação genética e os OGMs, referindo-se à cisgenética como técnica convencional comumente usada pelos produtores, e que não deve ser tratada como técnica de engenharia genética, que o é, pedindo mais fundos para apoiar a investigação de técnicas “novas e inovadoras” de crescimento e melhoramento das culturas.
É necessária uma mudança de políticas e de modelos de produção. A solução para este sector passa pelo fim da crescente desregulação e liberalização das políticas agrícolas e comerciais, dos modelos de produção intensiva de cariz exportador.