A livre concorrência no mercado único, pela sua dinâmica natural, acentua a divergência.
Economias com graus muito diferenciados de desenvolvimento, uma vez colocadas em concorrência directa, sem mecanismos de protecção e de salvaguarda das economias mais débeis, inevitavelmente divergem. Há um domínio crescente das economias mais débeis pelas mais fortes.
Esta tem sido a história deste processo de integração. Olhem a sério para isto e verão aqui parte das causas genuínas do endividamento externo de vários países periféricos.
Querem agora aprofundar o mercado único. E querem fazê-lo reduzindo, ao mesmo tempo, o orçamento comunitário e as verbas para a coesão - precisamente o instrumento que poderia ajudar a superar algumas das desigualdades existentes. Isto sob a pressão daqueles que são os maiores beneficiários do mercado único.
O resultado só pode ser um: mais divergência, mais desigualdade entre Estados-Membros. Ou seja, a coesão será, cada vez mais, apenas e só, letra morta nos tratados.