O Governo levou por diante os seus intentos de privatização dos CTT e, pela primeira vez em cinco séculos de história, os Correios foram entregues aos interesses privados dos grupos económicos. Os maiores acionistas privados são agora o alemão Deutsche Bank, e em primeiro lugar o norte-americano Goldman Sachs.
Neste contexto, é ainda mais incompreensível que se mantenha esta situação de encerramento de serviços e estações de correios, que o Concelho de Almada tem vindo a sofrer ao longo dos anos. O que é justo e exigível é que sejam reinstaladas e reabertas as estações dos CTT que foram encerradas, primeiro na Trafaria (levando à posterior prestação do serviço na Junta de
Freguesia), e mais recentemente em Cacilhas e no Feijó; mas também que se concretize finalmente a perspetiva inicialmente colocada para a Sobreda, de criação de uma estação de correios onde não existia (tendo então avançado com esse propósito e durante o prazo de um ano a instalação de um balcão provisório também na Junta de Freguesia, compromisso assumido por escrito pelos CTT).
Já era condenável a opção de encerrar estações e passar o serviço para as autarquias num contexto de empresa pública. Mas agora é totalmente inaceitável que as Juntas de Freguesia tenham de colocar os seus recursos escassos ao serviço da acumulação de lucro dos grupos económicos e financeiros multinacionais que dominam a empresa CTT.
Assim, ao abrigo do disposto na alínea d) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e em aplicação da alínea d), do n.º 1 do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, perguntamos ao Governo, através do Ministro da Economia:
Que medidas serão tomadas para que se cumpra a exigência das populações do Concelho de Almada, no sentido da reinstalação e reabertura das Estações de Correios da Trafaria, Cacilhas e Feijó, e da criação da nova Estação de Correios da Sobreda?