Não acalentamos ilusões de nenhuma espécie relativamente ao sentido do “reforço do funcionamento da UE” aqui em causa. Mais ainda quando esse reforço é defendido “com base no potencial do Tratado de Lisboa”. Outra coisa não significa do que uma tentativa de aprofundamento dos pilares desta integração capitalista: o federalismo, o neoliberalismo e o militarismo. Um caminho que, perante a crise profunda com que a UE se debate, as principais famílias políticas – direita e social-democracia – vêm desde algum tempo ensaiando. A intenção é levar tão longe quanto possível este aprofundamento, dentro das limites (já obviamente amplos, ainda que não tão amplos quanto alguns novos saltos, desejados por alguns, o poderiam exigir) do Tratado de Lisboa, fugindo ao escrutínio público, democrático, dos povos, nomeadamente por via de referendos.
Pela nossa parte reafirmamos a nossa oposição ao Tratado de Lisboa e a necessidade da sua revogação. Reafirmamos a proposta de consagração da possibilidade de reversão dos Tratados, adaptando o estatuto de cada país à vontade do seu povo.
Não nos opomos a uma consulta ao Comité Económico e Social Europeu. Mas temos evidentemente presente – e aqui o denunciamos – o sentido de fundo de todo este processo.