Este relatório trata essencialmente do conjunto de prioridades para a acção externa da UE no domínio da Internet, dos telemóveis e das TIC. Prioridades que traduzem fundamentalmente o interesse dos grandes grupos económicos deste sector. Considera que a “liberdade digital” e o comércio transfronteiriço devem ajudar a criar oportunidades de negócio para as empresas europeias, devendo a UE estabelecer uma agenda para incentivar o “comércio livre”. Mais - considera que a Comissão Europeia deverá “apresentar uma estratégia que desafie as medidas de países terceiros destinadas a limitar o acesso das empresas da UE aos seus mercados em linha”.
Ao contrário do que poderia eventualmente sugerir o título deste relatório, não se trata de definir uma estratégia para alargar o acesso dos milhões de seres humanos que por todo o mundo continuam sem acesso a estas extraordinárias criações da ciência e da técnica mas antes de procurar alargar as possibilidades de negócio das empresas da UE num sector dominado por um cada vez mais reduzido número de grandes monopólios. Por outro lado, refere-se a possibilidade de restringir direitos fundamentais relativos à liberdade de expressão em nome de uma suposta "segurança", o que mais não é do que limitá-la em função dos interesses da UE. Referindo-se a uma suposta liberdade, o que estão a defender é a mais descarada ingerência.