É importante que esta Estratégia para a Igualdade entre Homens e Mulheres saia do papel para a prática, o que não tem acontecido. Este relatório tem muitas verdades com as quais estamos de acordo. A realidade é que as questões da igualdade - e, nomeadamente, a efectivação dos direitos das mulheres - não se podem colocar numa redoma uma vez que estão profundamente relacionadas com as grandes opções políticas e económicas. E seria bom que os dois grandes grupos políticos se lembrassem desta Estratégia quando chegam a consenso sobre tantas imposições aos EM. É que se a UE promove cortes nos serviços públicos, como nos serviços de apoio à infância, são as mulheres que mais sofrem. Quando apoia cortes nas pensões e nas pensões de viuvez... são as mulheres que mais sofrem. Quando apoia os cortes nos salários, são os baixos salários das mulheres que ficam mais baixos. São as mulheres que ficam mais dependentes economicamente e, logo, mais vulneráveis à violência. Quando a UE promove cortes na saúde... são as mulheres que deixam de ter acesso à saúde sexual e reprodutiva. É impossível fazer a quadratura do círculo.
Estamos, em geral, de acordo com este relatório mas não podemos deixar de salientar o nosso desacordo com a expressão "prostituição forçada". Numa sociedade humanista, a exploração do corpo e dos sentimentos, é sempre forçada. Queremos deixar explícita a nossa posição.