A extensa e negra folha de serviços do FMI e do Banco Mundial não deixou incólume a martirizada região do Corno de África.
A intervenção destas instituições nos anos 80, a aplicação das suas receitas, levou à desestruturação do tecido económico e social local, com consequências profundas e duradouras.
A capacidade produtiva no sector primário, que garantia a auto-suficiência em diversas produções, na pecuária e agricultura, foi aniquilada.
Esta realidade e o intervencionismo externo que lhe subjaz e que posteriormente a agravou são indissociáveis das condições que levaram a uma guerra civil que dura até hoje.
Intervencionismo que tem nos assassinatos levados a cabo pelos aviões não tripulados americanos - os chamados drones - macabra e intolerável expressão.
A hipócrita invocação dos problemas de segurança para justificar uma maior militarização da região, escamoteando responsabilidades próprias na desestabilização e no empurrar de milhões de seres humanos para a mais extrema pobreza, é inaceitável e não pode deixar de ser denunciada.
Os problemas da região não serão resolvidos com mais ingerência, militarização e guerra.