A denominada "especialização inteligente" é a forma de uma região aproveitar vantagens comparativas tendo em conta os seus pontos fortes, estabelecendo prioridades em termos de I&D&I.
A visão plasmada no relatório, de certa forma a mesma que norteou a aprovação dos regulamentos dos fundos estruturais para o período 2014-2020, merece-nos vários reparos e críticas.
As regiões são empurradas para o desenvolvimento da dita estratégia de especialização inteligente, sob pena de deixarem de receber os fundos destinados aos programas operacionais.
Caso as prioridades não sejam bem definidas, tendo em conta a "evolução de mercado", a região terá dificuldade em desenvolver este conceito e consequentemente o seu financiamento pode ser posto em causa.
Se as prioridades forem "acertadas", tendo em conta a "evolução do mercado", então quem define as prioridades não são as regiões mas sim quem orienta a progressão do mercado - os monopólios que mandam na economia europeia.
Por muitas voltas que se dê a alguns conceitos deste relatório, no final das contas haverá regiões que correm o risco de ficarem excluídas do grosso do financiamento para a coesão, caso não assimilem esses mesmos conceitos. Mais uma vez, a "condicionalidade"...
Não negamos que existem aspectos positivos neste relatório. Mas as divergências que temos em relação a alguns aspectos-chave são evidentes.