Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Diversidade linguística na UE

Consideramos positivo o reconhecimento de que todas as línguas da Europa são iguais em valor e dignidade e que são parte integrante das respectivas culturas e civilizações, contribuindo para o enriquecimento do ser humano. Acompanhamos igualmente a consideração de que todas as línguas, incluindo as que se encontram ameaçadas de extinção, reflectem conhecimentos e saberes históricos, sociais e culturais.
Quando dizemos que "a falar é que a gente se entende" o que afinal queremos dizer é que é com a língua que nós nos construímos ou desconstruirmos - como indivíduos, como comunidades ou como povos.
Sabemos que, não raramente, a língua tem-se constituído ela própria como um pilar fundamental de resistência a várias formas de opressão. Lembremos aqui o povo "Rom" que tem encontrado na sua língua um espantoso factor de unidade e de coragem que nem os campos de concentração do nazi-fascismo conseguiram esmagar.
Entendemos, portanto, que não há línguas minoritárias - há línguas. O desaparecimento de qualquer uma torna-nos a todos mais pobres. Daí a urgência de serem adoptadas medidas de revitalização linguística, acompanhadas de financiamento necessário, com vista a inverter a situação em que a morte do último falante de uma língua determina, normalmente, a extinção desse idioma.

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