Concordamos com os objectivos estratégicos da política de coesão. Não conseguimos compreender é porque é que os países e as regiões mais pobres divergem na média europeia. Tal e o caso de Portugal que, desde que entrou em funcionamento o euro, não parou de divergir com a média da união europeia em termos de PIB por capita.

Algo está portanto errado. Não há coesão. As políticas não funcionam. Porque o enquadramento macroeconómico não é consistente com políticas de desenvolvimento regional. Ou seja, as políticas de austeridade, de contenção da despesa pública, seja ela boa ou má, não permitem o estabelecimento de dinâmicas virtuosas de desenvolvimento local ou regional.

Posso dar-vos exemplos de projectos que não saem do pape, porque não há financiamento. Porque a banca prefere especular. Podemos ver fundos que não forma aproveitados em Portugal por causa das imposições da Troika e do ajustamento necessário visando a chamada consolidação das finanças públicas. O resultado está à vista. Passados quase trinta anos de integração, Portugal está mais pobre, dependente e com a maior dívida pública da sua história.