É, sem dúvida, cada vez mais necessário promover a universalidade e a indivisibilidade dos direitos humanos, entendidos de forma ampla e interdependente como acepção de direitos civis e políticos, mas também como direitos sociais, ambientais, económicos e culturais.
Não é, no entanto, com esta perspectiva. Pelo contrário. A instrumentalização dos direitos humanos e do seu significado libertador é transversal a todo o texto. Aponta-se o dedo a países e a situações quando existe um interesse específico, conjuntural ou estrutural, fazendo pressão e promovendo a ingerência através do apoio às "oposições" - sobre diferentes identidades e formas - tendo como objectivo criar regimes colaborantes com a defesa dos interesses das grandes potências da UE e dos monopólios.
Aceitaria a maioria do PE a criação de mecanismos desta natureza de forma recíproca?
A maioria do PE mostra hipocrisia. Porque será que a listagem de países citada nesta resolução coincide com muitos dos que se negam a prescindir da defesa da sua soberania e da defesa dos interesses e aspirações do seu povo? Porque persiste a arrogância e o seguidismo da UE relativamente à política dos EUA sobre Cuba no seu apoio ao terrorismo contra este país? Votámos contra.