Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Dia Internacional da Mulher

Todos partilhamos o diagnóstico da relatora Morin-Chartier de que as políticas de austeridade têm impactos mais gravosos nas mulheres.

O que não partilhamos são as causas e as responsabilidades da situação de retrocesso civilizacional que as mulheres vivem hoje em vários países da UE e em países intervencionados como Portugal. Se a maioria deste Parlamento aprovou a intervenção estrangeira em Portugal, aprovou também a desregulação das leis laborais, ou seja, fomentaram o trabalho a tempo parcial, o enfraquecimento da contratação colectiva – um dos melhores instrumentos para combater as discriminações salariais –, apoiou os cortes nos salários e nos subsídios sociais, os despedimentos da função pública que tanto admitem afectar as mulheres. Se aprovaram as recomendações no quadro do Semestre Europeu para 2013, então aprovaram: o «desenvolvimento de regimes de trabalho flexíveis», a diminuição dos subsídios de desemprego e dos salários que tanto afectam as mulheres. Não porque nós o dizemos. Porque é, simplesmente, o que lá está escrito. A maioria do PE aprovou estas recomendações; a mesma maioria lamenta-se das consequências que ela própria provocou. Mas as mulheres estão na resistência e defenderão os seus direitos.

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