A COVID-19 acelerou e potenciou o contexto de crise económica e com que diversos países se confrontam, tendo particular incidência nas regiões e os locais onde se concentram o maior número de pessoas e de atividades humanas - as cidades e zonas urbanas.
A recuperação dos impactos da COVID-19 exigem medidas que compensem as perdas humanas e económicas dos últimos anos. No entanto, as respostas promovidas, também desde a UE, assenta nas mesmas políticas - neoliberais, desreguladoras, centralizadoras de poder e de riqueza - sem responder às necessidades reais e concretas com que os trabalhadores e as populações se confrontam. Não subsistem ilusões quanto à retórica da recuperação sustentável e da resiliência sob a qual a UE procura manter ocultos os interesses a que servem as suas políticas.
O relatório em questão reflete um conjunto de desafios e de ações que, a serem tidas em conta, poderiam contribuir para a construção de zonas urbanas - mas não só - mais justas, mais empenhadas no combate às alterações climáticas e restantes problemas ambientais, com mais e melhor trabalho e com melhor qualidade de vida. Os desafios e ações que apresenta prendem-se com o combate à segregação e à pobreza, com o apoio à habitação digna e acessível, com medidas de prevenção do assédio sexual e violência contra as mulheres, com o desenvolvimento de redes de transportes públicos, a melhoria da qualidade do ar e a criação de mais espaço verdes, o apoio ao sector cultural, o respeito pelos direitos dos trabalhadores e a dinamização de contextos educativos e formativos para todos.
São medidas que implicam o aumento do financiamento público, nomeadamente através dos fundos estruturais da UE - algo que o relatório também reclama.