Este é um relatório de iniciativa que expressa como objectivo impulsionar o aproveitamento das fontes de energias renováveis, no sentido de contribuir para a redução da dependência energética que a Europa tem das fontes de energia convencionais, assim como contribuir para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. São intenções que nos parecem correctas embora fosse importante fixar montantes de investimento público e privado e promover um plano geral de levantamento e cartografia para classificação e quantificação de recursos energéticos renováveis.
Preocupa-nos que estejam a atirar as energias renováveis para o mercado interno europeu da energia, o que coloca em causa a soberania dos Estados-Membros no que respeita às políticas energéticas uma vez que este é um sector estratégico para a economia de um país e para a definição das suas políticas conexas. A pobreza energética que hoje se regista em diversos países da UE, nomeadamente ao nível da electricidade, é originada pelo aumento dos preços da energia que as sucessivas privatizações ocorridas no sector, causaram. Em Portugal, a privatização do sector resultou na monopolização e aumento sucessivo dos preços - por exemplo, em 2012, subiram 8,9% face ao ano anterior - e também no aumento dos lucros da empresas que superam todas as previsões. Renováveis, claro que sim, mas para combater a pobreza energética e as desigualdades sociais, para proteger o ambiente e não para criar mais um negócio multimilionário que explora os consumidores.