Decorrendo do Tratado de Lisboa, a "cláusula de defesa mútua" transforma a UE numa aliança com um vínculo militar mais forte e a "cláusula de solidariedade" abre caminho às intervenções militares no território da UE.
A "obrigação" explícita de reagir "por todos os meios" em caso de agressão contra um Estado-Membro vai ainda mais longe do que a cláusula da NATO, dado que inclui também os ataques não armados. No âmbito da cláusula de solidariedade, é solicitado apoio militar em caso de ataques terroristas e de catástrofes naturais ou provocadas pelo Homem (cujo âmbito não fica claro: tumultos sociais, decorrentes de greves? Protestos?), o que implica a realização de operações militares no território da UE. A cláusula de solidariedade pode ser igualmente activada em caso de ciberataques, pandemias e cortes energéticos. Este relatório é inseparável da crise na UE, do saque de países como Portugal, da exploração dos trabalhadores e do povo, do retrocesso nos direitos, da perda de soberania e do retrocesso no plano das liberdades políticas e democráticas. Mas é ao mesmo tempo inseparável do crescimento da luta e do receio que os monopólios capitalistas e as forças políticas ao seu serviço têm do surgimento de processos de emancipação dos povos.