Por muito que tentemos convencer-nos que, por artes mágicas, as políticas de consolidação orçamental venham a transformar-se em crescimento económico, a verdade é que tal não acontece porque falamos de dois conceitos contraditórios. Reputados economistas estão cansados de tanto dizer que é necessário investimento público e capacidade de consumo dos cidadãos para promover o crescimento. Mas, mais do que tudo, a realidade demonstra-o dia a dia, e demonstra-o dramaticamente através do sofrimento das famílias europeias. O exemplo de Portugal é paradigmático. Cortes nas pensões, subsídios, salários, apoios sociais. Asfixia social. Para além de criar mais injustiça social, só afunda a economia. Portugal registou a maior queda na venda a retalho da UE, um decréscimo anual de quase 10%. Consequência: destruição diária de PME´s e de cerca de 600 postos de trabalho. Ou seja, é preciso inverter tudo: industrializar, colocar os sectores estratégicos produtivos ao serviço da economia, aumentar salários e pensões e deixar de transferir as riquezas dos trabalhadores para o sector financeiro. Questão: estarão a Comissão, o Conselho e a maioria do Parlamento de acordo com este caminho?