Há certamente muitos aspectos em que estamos de acordo com o que o relatório preconiza, até porque surgiram de alterações nossas. Consideramos sim, que o aumento da esperança média de vida constitui uma conquista da civilização e um factor de progresso social e que não deve ser encarado como uma fardo para a sociedade. Agora o que a expressão "envelhecimento activo" deve significar não é que as pessoas têm que trabalhar até mais tarde, mas sim que as pessoas idosas não devem ser abandonadas, como actualmente acontece em tantos países, mas antes devem ter as condições para participar activamente na vida social, devem ter condições de exercer a sua cidadania e que, para que isso possa acontecer, têm necessariamente de ter acesso a pensões de reforma dignas, que lhe garantam independência, e a serviços públicos, nomeadamente serviços públicos de saúde, que lhes garantam a qualidade de vida, condição indispensável para que participem activamente nas suas comunidades. Não estamos de acordo que o envelhecimento da população deva conduzir ao que aqui é designado como "reformas dos sistemas de segurança social". Sabemos o que isso significa na prática - o aumento da idade da reforma e a privatização da segurança social, beneficiando bancos e seguradoras. O que se exige, para a sustentabilidade dos sistemas de segurança social, é o reforço dos sistemas públicos de segurança social, que devem ser solidários e universais, o que quer dizer que os que mais têm e que mais lucram têm que contribuir mais. E que o desemprego e os empregos precários - factores de descapitalização dos sistemas de segurança social - sejam combatidos e eliminados.