Durante a irrupção da mais recente e aguda fase da crise do capitalismo, em 2007-2008, perante a evidência do desastre causado pelos dogmas da desregulação do sistema financeiro, da livre circulação de capitais, enfim, perante as consequências do capitalismo financeirizado (o seu estádio de evolução actual e natural), muitas foram as promessas e as tiradas de pacotilha – criticando os especuladores, a falta de ética dos mercados e a necessidade de pôr um ponto final nisto tudo. A UE, as suas instituições e os seus protagonistas alinharam, como não poderia deixar de ser neste coro hipócrita.
Entre as promessas feitas nesses anos, vieram para cima da mesa o fim dos paraísos fiscais, o fim dos produtos financeiros derivados, o imposto sobre as transacções financeiras, entre outras. Tudo pareceria ser para avançar já, de imediato, dali por dias.
O tempo passou e as promessas nunca cumpridas foram sendo caladas e esquecidas. Continuou a retórica da necessária regulação do sistema financeiro, mas em lugar de medidas que poderiam efectivamente ter algum efeito, como as supra mencionadas, apenas se tratou de garantir que, na prática, tudo ficasse na mesma.
Esta Autoridade é fruto deste processo. Desde a sua criação que denunciámos o seu significado, posição que hoje aqui reiteramos recusando esta quita