A aprovação da celebração deste acordo é um mau passo para os povos dos países da UE e da América Central. Utilizando a máscara de acordo de associação, trata-se na realidade de um acordo de “livre comércio” que prevê reduções dos direitos aduaneiros e a “liberdade de investimento" para o grande capital. As consequências serão graves, particularmente para a soberania e o direito ao desenvolvimento dos povos dos países da América Central, que têm economias 150 vezes mais pequenas do que as da UE. Entre elas estão a destruição da capacidade produtiva destes países, a saída de divisas, a redução das receitas provenientes dos direitos aduaneiros e consequente aumento das dificuldades orçamentais em países cuja receita fiscal, devido à grande informalidade da actividade económica, é bastante reduzida. Aumentará a pressão para reduzir salários e direitos sociais, crescerá o desemprego e a pobreza. Assistir-se-á à destruição acelerada de recursos naturais (particularmente terra e água) e do ambiente. Aumentará a pressão para baixar os preços na produção, o que terá como consequência o desaparecimento de milhares de pequenas explorações agrícolas e a concentração da propriedade fundiária.
Para além do interesse económico, a UE tem igualmente interesse geoestratégico em tentar criar divisões nos processos de integração soberana e solidária da América Latina, nomeadamente a ALBA, tentando criar fontes de possível confrontação e instabilidade.