Num contexto político e económico de aprofundamento da globalização capitalista, de crescente interdependência assimétrica das economias, de desmantelamento dos instrumentos de regulação e controlo da produção e do comércio, os créditos às exportações constituem-se como um factor mais de aprofundamento de desigualdades, sejam as desigualdades Norte-Sul, sejam as desigualdades no seio de blocos económicos heterogéneos, como a União Europeia.
É evidente a contradição entre práticas como esta e os bondosos objectivos insistentemente proclamados em áreas como a cooperação para o desenvolvimento, apenas para dar um exemplo.
Os defensores do sacrossanto princípio da livre concorrência capitalista não prescindem destas mãozinhas bem visíveis que sempre deitam por terra o mito da mão invisível e introduzem inequívocas distorções na dita concorrência e provocam a disrupção dos sistemas produtivos mais débeis.