Este acordo tem vindo a suscitar as mais vivas reacções de rejeição dos dois lados do Atlântico. São justas e fundadas as razões deste sentimento.
Rejeitam-no, dos dois lados do Atlântico, os que percebem os verdadeiros objectivos e consequências do comércio livre - um dos pilares do neoliberalismo: pôr em competição directa a força de trabalho de diferentes origens geográficas - e com preços diferentes - forçando a sua desvalorização geral; intensificar assim a exploração do trabalho mas também a da natureza, promovendo modelos produtivistas de vocação exportadora que exaurem e degradam os recursos naturais; colonizar mercados de economias mais débeis, assim pondo em causa o seu direito a um desenvolvimento autónomo e soberano.
Com este Acordo ganham os de sempre: os grandes grupos económicos, industriais e financeiros.
Não ignoramos as preocupações e denúncias sobre os potenciais benefícios deste acordo para o crime organizado e as actividades de branqueamento de capitais.
Por fim, fossem levadas a sério as hipócritas cláusulas relativas aos direitos humanos e, como acabou por ficar claro durante o debate, este Acordo nem chegaria a entrar em vigor, atenta a preocupante situação vivida na Colômbia.