Se queremos falar em investigação e em inovação temos de falar necessariamente nos seus agentes: os investigadores e as suas condições de trabalho.
Muitos deles vivem a incerteza da renovação da bolsa de investigação, do contrato a termo, do resultado do concurso e do financiamento de um projeto.
O que eles precisam é de estabilidade no vínculo.
Para publicarem os resultados da sua investigação, as editoras especializadas, que vivem à custa do trabalho desses investigadores, chegam a pedir pagamento para a publicação de artigos.
Ou seja, os investigadores, frequentemente sob pressão da avaliação da sua posição, produzem ciência que publicam em artigos científicos que são cedidos, gratuitamente ou sob pagamento, aos editores, que por sua vez recorrem gratuitamente a revisores científicos e depois vendem esses artigos a outros investigadores e instituições.
Precisamos de políticas de acesso aberto e a garantia de que as instituições e os investigadores não terão qualquer tipo de custo para publicar e aceder a artigos científicos, assegurando que não serão as editoras a lucrar com o trabalho científico dos investigadores.
Uma última nota: A partilha do conhecimento científico e a sua aplicação deveriam estar ao serviço da Humanidade e do bem-estar, da paz e da saúde dos povos em vez de serem dificultadas ou até proibidas.