Nos últimos quatro anos, os comunistas da Organização Regional de Lisboa desenvolveram a sua actividade numa grave situação social e política, resultante de décadas de política de direita, agravada pelo governo PSD/CDS e centraram as suas energias, essencialmente, na luta de massas e no reforço do Partido.
Na luta pela derrota do governo PSD/CDS, pela ruptura com a política de direita e a construção da alternativa patriótica e de esquerda, contribuímos, empenhadamente, nas jornadas de luta promovidas pelos sindicatos da central sindical de Classe – CGTP-IN e outros movimentos de massas. Destacamos as greves gerais, as lutas da Administração Pública Central e Local, da Saúde, da Educação, da Segurança Social, da Justiça; dos Transportes, dos Seguros; as lutas dos trabalhadores do Metro, da CP, da CP Carga, da Refer, da EMEF, da Carris, da TAP, da SPDH, das rodoviárias privadas de passageiros e dos estivadores do Porto de Lisboa; dos trabalhadores da INCM, da Valorsul, da Saint Gobain, dos Centros de contacto da EDP, dos CTT, da Agência LUSA e do Diário de Notícias.
Lutas, também, em defesa da cultura, da erradicação da pobreza, em defesa da escola pública e a luta dos reformados, em particular, pelo aumento das pensões e reformas. A luta dos utentes atingiu dimensões importantes na defesa do serviço público de transportes e da saúde.
Lutas que contribuíram para a derrota do PSD/CDS e alcançar algumas vitórias nesta nova fase da vida política nacional como impedir a privatização do Metro e da Carris e repor dos complementos de pensões aos reformados de empresas públicas, nas 35 horas na Administração Pública.
No plano eleitoral num quadro de crescimento geral da CDU no distrito e em várias eleições, salientamos a vitória no Município de Loures.
O Partido, na ORL, baseia a sua intervenção em oito sectores profissionais com organismos de direcção consolidados, em sectores de empresa concelhios e em 64 células de empresas com níveis de intervenção diferenciados.
Realizámos 70 Assembleias de Organização, nos últimos quatro anos, exemplos da nossa democracia interna e de trabalho colectivo e com consequências positivas no nosso reforço orgânico.
Desde Dezembro de 2012 entraram para a Organização Regional de Lisboa 1060 novos camaradas que reforçaram a actividade partidária.
Gostaríamos de partilhar com o Congresso duas experiências de trabalho:
No campo da formação ideológica: todos aqueles que se inscrevem no Partido são chamados a participar em cursos básicos sobre o programa e os estatutos e outros temas. Desde o último congresso já participaram 710 membros do Partido em cursos que são fundamentais para a formação dos novos militantes.
A segunda experiência tem a ver com o trabalho realizado na Campanha de Fundos para a aquisição da Quinta do Cabo: Começámos com a discussão colectiva e conversas individuais com os camaradas dos organismos executivos e restantes membros da Direcção Regional, foi acertada a sua contribuição para a campanha. O mesmo aconteceu, com os membros das comissões Concelhias e Organismos de Direcção dos sectores profissionais e levou-se o mais abaixo possível aos organismos de base do Partido.
Partimos, assim, para a campanha, com o essencial dos dirigentes da Organização Regional (mais de 500), comprometidos com a sua própria contribuição e em óptimas condições de ampliarem este trabalho aos restantes militantes e amigos do Partido.
Realizámos uma grande acção de massas, com resultados financeiros muito positivos para comprar a Quinta do Cabo, para o reforço do Partido e de grande importância ideológica. O objectivo que nos foi proposto, foi ultrapassado em quase 300% e mostrou as grandes potencialidades que existem para reforçar a recolha de fundos para o Partido e garantir a sua independência financeira.
Em 2015, realizámos a VIII Assembleia da ORL. Saliento três das principais decisões que tomámos.
1 - Reforçar o Partido nas empresas e locais de trabalho: recrutar mil novos camaradas para organizar nas células de empresa até 2019. Objectivo muito ousado que nos coloca a necessidade de falar com milhares de trabalhadores para que concretizem a sua adesão e tornem assim o Partido mais forte lá onde se trava a luta de classes.
2 - Discutir em toda a organização a importância da independência financeira do Partido e, especial, da quotização. Nesse sentido, trabalhar para que todos os militantes tenham um camarada com a tarefa de lhe receber a quota e estamos a 15 % da concretização deste objectivo. A partir de Janeiro vamos lançar uma campanha regional para o aumento geral do valor da quota.
3 – Mais iniciativa e intervenção política das organizações do Partido – o que nos exige mais audácia, mais determinação na ligação aos problemas concretos dos trabalhadores e das populações na dinamização da sua luta.
No âmbito do Congresso, realizámos 272 assembleias plenárias e reuniões onde participaram 2932 militantes. Duas ideias principais que tiveram presentes no período de discussão: acordo geral com o Projecto de Resolução Política e uma grande confiança no Partido. As exigências dos tempos que vivemos são muitas. Precisamos do Partido mais forte, coeso e unido.
Os militantes do PCP organizados no distrito de Lisboa reafirmam a sua responsabilidade de agir, com determinação e combatividade, na defesa dos trabalhadores e das massas populares, pela alternativa patriótica e de esquerda, pela democracia avançada e os valores de Abril no futuro de Portugal, com o objectivo supremo de transformação revolucionária da sociedade.