Intervenção de Carlos Carvalhas, Secretário-Geral, Apresentação dos candidatos do PCP da Coligação "Amar Lisboa"

Apresentação dos candidatos do PCP da Coligação "Amar Lisboa"

Quero saudar-vos a todos e saudar todas as componentes da Coligação e designadamente os inúmeros independentes que estão connosco nesta batalha.

A Coligação Amar Lisboa - composta pelo PCP, PS e "Os Verdes" - prepara-se para dar continuidade ao trabalho iniciado na década de 90 pela Coligação Por Lisboa. Um trabalho que permitiu romper com dez anos de uma gestão negativa, de agudização de problemas na cidade, que permitiu recuperar o atraso acumulado e lançar as bases de modernização da capital do país. A decisão de prosseguir neste projecto resulta da avaliação global positiva que dele fazemos, da convicção que o Partido e a sua contribuição na coligação é a que melhor serve a cidade, da convicção que não há alternativa credível capaz de suportar o desenvolvimento do trabalho e da obra que há dez anos contribuímos para iniciar e afirmar em Lisboa.

Temos consciência de que é um trabalho que não está isento de erros e insuficiências. Que numa cidade como Lisboa são sempre muitos os motivos, e nem sempre justos, de insatisfação, não raras vezes resultantes de responsabilidades e políticas que ultrapassam ou não são mesmo da responsabilidade do município. Mas o caminho que melhor serve a cidade e a defesa dos interesses da sua população não é o da fuga aos problemas, da deserção perante as dificuldades, de refúgio em estratégias ditadas por meros interesses pessoais de momento e de afirmação partidária. É nossa convicção que o balanço realizado à acção da coligação permite encarar com confiança as próximas eleições e obter um resultado que derrote os projectos de regresso a uma gestão da direita - que em qualquer das suas versões, seja na versão mais populista e trauliteira, seja na versão de salão e de Quinta da Marinha, Lisboa já conhece e dispensa.

Na verdade como classificar a "atitude" de um candidato que deu o seu acordo a que a cidade ficasse semeada de outdoors, sem sigla partidária, sem o seu nome, fazendo verdadeiro terrorismo publicitário sobre a segurança quando sabe que esta não depende dos municípios. Ou afirmando nuns outdoors que Lisboa estava parada e logo a seguir noutros, em plena contradição, que as obras nunca mais acabavam!

É a "atitude" de quem não tem uma única ideia para Lisboa e que no essencial quer servir-se da candidatura para ocupar a "cadeira do poder" no seu partido.

Tal como o outro que numa mensagem plena de conteúdo e de mangas arregaçadas nos diz a todos, "que fica". Que fique! São tão simétricos, tão semelhantes, tão Dupont e Dupont no populismo e nas ambições, que venha o diabo e escolha...

Somos responsáveis pela gestão de mais de duas dezenas de freguesias e assumimos importantes responsabilidades na gestão municipal.

No próximo mandato temos que trazer para a coligação uma crescente descentralização e informação para as freguesias que podem e devem desempenhar um papel de maior relevo e eficácia, nomeadamente pelo exercício da democracia da participação e da proximidade.

Podemos também dizê-lo sem faltar à verdade que os eleitos comunistas têm dado um importante contributo ao trabalho realizado pela Coligação. Num quadro de afirmação da sua própria identidade e de uma leal cooperação com os seus parceiros de Coligação os eleitos do PCP têm contribuído com o seu trabalho para uma gestão marcada pela participação e envolvimento populares em muitas áreas da gestão municipal e por uma acção de inegável valor na gestão dos pelouros pelos quais são responsáveis. A acção nas áreas da educação e da juventude, do desporto, do ambiente e da reabilitação urbana, do saneamento, das festas da cidade têm constituído um factor de prestígio e de valorização do trabalho da Coligação.

O trabalho da Coligação não se exprime só na sua face mais visível e porventura mais emblemática de que é exemplo a bonita reabilitação do Rossio e da Praça da Figueira. Ele está presente no dia a dia e no trabalho que não dá nas vistas como é o caso dos esgotos que a libertou das cheias na 24 de Julho e na baixa ao contrário do que se passa no concelho de Oeiras; como é o caso da reabilitação dos Bairros históricos para as populações residentes e não para a segunda habitação das camadas mais endinheiradas; como é o caso dos Jogos de Lisboa que movimenta mais de 30 000 jovens fomentando o desporto e ocupando os seus tempos livres ou o saldo significativo nas áreas do ambiente traduzido designadamente na construção de vários parques e espaços verdes.

Uma acção que pretendemos prosseguir num quadro de afirmada cooperação mas de inteira independência de juízo e afirmação políticas que não nos amarram nem condicionam no necessário combate às políticas de direita que em muitas questões essenciais o governo do PS tem prosseguido e tem concretizado e que também em Lisboa se reflecte nas condições de vida e na efectivação de direitos de quem aqui vive e trabalha.

Uma acção que não nos tolhe, antes pelo contrário, de lutar por uma política de esquerda e por uma alternativa de esquerda, contra a direita e a política de direita, contra por exemplo a "atitude" cínica daqueles que tanto barulho fizeram (PSD e PP) contra o levantamento do sigilo bancário e as medidas que visavam os off shores e que agora nestas questões face aos dramáticos acontecimentos dos EUA se remetem ao mais pudico e religioso silêncio.

A mesma "atitude" cínica que fez com que apesar do Conselho de Segurança das Nações Unidas ter votado por unanimidade em 15 de Outubro de 1999 a Resolução 1267 destinada a "congelar sem demora os fundos e outros activos financeiros de Bin Laden e dos indivíduos e entidades que lhe são associados" esta não tivesse tido efeitos práticos porque era preciso atacar os paraísos fiscais e pôr fim ao tabu do segredo bancário.

Relevo estas questões porque é nossa convicção que numa situação tensa e perigosa da situação internacional e num quadro interno em que as dificuldades económicas de importantes camadas e sectores se vão agravar é da máxima importância ter nas autarquias homens, mulheres e jovens que dêem garantias de em todas as circunstâncias se baterem pelos interesses das populações e por estarem ao seu lado nas pequenas e nas grandes lutas, nas horas boas como nas horas más.

Vamos para esta batalha com confiança assente no trabalho realizado e no valioso projecto que temos para concretizar, convictos de que é a Coligação "Amar Lisboa" a que serve a cidade e as aspirações dos lisboetas.

Agora é hora de reunir, unir, mobilizar e partir para a batalha.

Viva a Coligação Amar Lisboa!
Viva Portugal!

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