Camaradas,
Permitam-me que da tribuna do nosso XX Congresso envie uma saudação ao movimento operário e a todos os trabalhadores cujo exemplo, coragem e determinação, animaram a luta de diversos sectores, e que quando tudo parecia inevitável e muitos baixavam os braços, lá estavam nas empresas, locais de trabalho e nas ruas a resistir e a lutar, afirmando-se como o grande motor da luta de massas.
Uma saudação que se estende ao movimento sindical unitário e à grande central sindical dos trabalhadores portugueses, a CGTP – Intersindical Nacional.
Solidez de princípios e de objectivos, uma firme orientação de classe, capacidade agregadora, de unidade e mobilização; afirmaram a CGTP, como, a mais determinante organização de massas na resistência ao pacto de agressão e à política de exploração e empobrecimento.
E, uma das maiores responsáveis, pela derrota social, política e eleitoral do governo PSD/CDS, abrindo dessa forma caminho para a nova fase da vida política nacional.
Nova fase que coloca exigências acrescidas ao Movimento Sindical Unitário e aos trabalhadores, desde logo na necessidade de intensificar a luta pela reposição e conquista de direitos e pelas respostas aos problemas mais imediatos;
Assim como o cada vez mais urgente e necessário contributo para a mobilização dos trabalhadores para a ruptura com a política de direita e pela alternativa necessária ao País e ao serviço dos trabalhadores, a alternativa patriótica e de esquerda.
Exigências acrescidas num momento onde, muitos apelam ao conformismo e à chamada «paz social» ou procuram dar abraços de urso com o dito «diálogo social» e «concertação», apelos e manobras aos quais o movimento sindical de classe responde com a luta nos sectores, nas empresas e nos locais de trabalho, ganhando por baixo o que tentam tirar ou limitar por cima;
Quando os mesmos de sempre se preparam para cumprir o seu papel histórico de traição e entregar de bandeja direitos dos trabalhadores, o movimento sindical unitário responde ao divisionismo, com a organização e a unidade dos trabalhadores em torno de objectivos concretos;
Quando se intensifica a luta ideológica, com o surgimento de estruturas auto-intituladas de inovadoras e «modernas», quando se desenvolvem ataques contra o sindicalismo de classe, com vista à sua descaracterização e integração no sistema, o movimento sindical de massas responde com a acção integrada nas empresas e locais de trabalho, com a sindicalização, com o rejuvenescimento das estruturas sindicais.
Quando muitos afirmam o seu desejo de morte do movimento sindical de classe, classificando-o como ultrapassado, afastado dos trabalhadores e em particular das novas gerações, ai está a resposta que se impõe:
Mais de 120 mil trabalhadores, 20 mil dos quais com menos de 30 anos, sindicalizaram-se neste movimento sindical de classe, unitário e de massas, nos últimos quatro anos.
120 mil novos sindicalizados, mais força à luta organizada, mais sindicato nas empresas, mais exigência de militância sindical, mais unidade dos trabalhadores e da sua luta.
É esta a melhor resposta a dar às velhas, mas sempre apresentadas como novas teorias da capitulação.
O desenvolvimento da acção e luta reivindicativa aumento geral dos salários com destaque para o salário mínimo nacional, combate à precariedade, à desregulação dos horários de trabalho e a exigência da sua redução, reposição do direito à contratação colectiva, entre outros objectivos, é esta a resposta, é este o caminho, é esta a luta que se trava todos os dias, lá onde é mais difícil mas onde é mais decisiva: nas empresas e locais de trabalho.
Uma luta com avanços e recuos, de resistência e de vitorias, uma luta para a qual o movimento sindical unitário terá nos comunistas que nele participam, aqueles que estarão sempre na primeira linha desse combates.
Se é do interesse dos trabalhadores que o seu movimento sindical mantenha e aprofunde as suas características unitárias, de classe, de massas, que seja cada vez mais combativo e reivindicativo, a maior garantia para que assim seja, passa pela participação e influência dos comunistas no movimento sindical.
Esta é a garantia para que, com todos aqueles que tendo diversas opções políticas, ideológicas ou religiosas se construa a unidade em torno do que realmente é importante, em torno dos interesses de classe dos trabalhadores.
É esta a nossa postura e prática, é também por isto que os trabalhadores confiam, reconhecem e elegem comunistas para as suas estruturas.
Este é o nosso compromisso: o que nos move é o reforço do movimento sindical; a acção integrada nas empresas e locais de trabalho, promovendo a sindicalização e o reforço da organização de base; elevação da militância sindical; levar por diante as medidas necessárias de reestruturação que garantam as condições para melhorar a intervenção sindical; contribuir para a unidade, mobilização e luta dos trabalhadores.
O Movimento Sindical Unitário, com os seus objectivos, acção, autonomia e identidade própria reafirmadas recentemente no 13º congresso da CGTP, continua e continuará a ser, contra a vontade do patronato e dos grandes interesses, uma força social determinante, mobilizadora e dinamizadora da luta de massas contra o grande capital e pela ruptura com a política de direita.
Uma luta pelo progresso e emancipação dos trabalhadores, pela urgente e necessária alternativa patriótica e de esquerda, uma luta que travada todos os dias é parte constituinte da afirmação da democracia avançada e os valores de Abril no futuro do Portugal.
Uma luta de construção permanente, tendo, no horizonte, o objectivo supremo do movimento operário, dos trabalhadores, dos explorados a sua libertação dos exploradores, a sociedade sem classes o Socialismo e o Comunismo.
Se é verdade que o inimigo é poderoso e o caminho a percorrer é eventualmente longo, a cada novo sindicalizado, a cada luta que travamos, a cada vitória alcançada, mais perto ficamos desses exigentes objectivos.
A luta continua
Viva a luta dos trabalhadores
Viva o movimento sindical de classe
Viva a JCP
Viva o PCP