Hoje, 7 de Dezembro de 1996, completam-se 21 anos sobre a fatídica data da invasão de Timor pela Indonésia.
A 7 de Dezembro de 1975, dificilmente alguém podia imaginar que era possível à FRETILIN e ao povo maubere resistir a toda a avalanche da agressividade indonésia numa conjuntura patente de hipocrisia internacional.
O facto de podermos hoje estar aqui neste grandioso Congresso de um não menos grande partido não significa simplesmente que a FRETILIN e o povo maubere continuam a resistir na luta pela libertação de Timor Leste mas, particularmente, que na sua luta pôde sempre contar com aliados seguros em todo o mundo de que o PCP é um exemplo e a JCP uma frente criativa de luta.
A questão de Timor Leste conhece hoje um dos momentos mais altos da sua consagração internacional.
O Comité Nobel da Paz ao atribuir o Prémio Nobel em 1996 a duas personalidades timorenses, representando uma a componente religiosa e outra a política da resistência acaba de reconhecer a legitimidade da nossa luta e de endereçar uma mensagem à Comunidade Internacional, frisando claramente que em questões de paz internacional não existem grandes ou pequenos problemas, não podendo assim, maanter-se a política de dois pesos e duas medidas.
A FRETILIN, nos seus mais de 22 anos de existência e de 21 na direcção da luta do povo maubere, em nenhum momento descurou a vertente diplomática e de relações internacionais no conjunto de acções desenvolvidas em prol da libertação da sua Pátria.
Neste seu esforço, a FRETILIN deu sempre particular espaço às relações com forças democráticas e partidos progressistas e comunistas de todo o Mundo, certa de que o processo de libertação nacional de Timor Leste não pode estar dissociado dos processos de democratização e de emancipação social dos povos e dos seus trabalhadores.
Talvez por isso, nem sempre fomos compreendidos, e fomos alvos de uma persistente hipocrisia internacional só quebrada em muitas das suas alíneas graças a um movimento internacional de solidariedade popular sem precedentes em torno da justa causa do nosso povo.
Para este XV Congresso do PCP trazemos uma mensagem de esperança feita certeza de que com o vosso apoio e com o apoio de todo o povo português e de todos os povos do Mundo, libertaremos Timor Leste.
Façamos do Século XXI o Século da paz, da democracia e de uma genuína solidariedade entre os povos.
Todos juntos contribuiremos:
— Para pôr fim ao bloqueio injusto e criminoso a Cuba
— Eliminar a ameaça de regresso à guerra em Angola
— Encontrar soluções para os conflitos inter-étnicos na Europa, Ásia, África e América Latina
— Libertar RASD da ocupação marroquina
— Retomar o curso do processo de paz Palestino
— Libertar Xanana Gusmão e todos os timorenses presos.