A resolução adoptada nesta sessão plenária do Parlamento Europeu contra Cuba representa uma vergonhosa manobra, que, através de um inaceitável exercício de falsificação e de grotescas considerações, procura abrir caminho à mais descarada ingerência e promoção da acção de desestabilização contra Cuba e obstaculizar o necessário desenvolvimento das relações entre a União Europeia e Cuba, perspectiva aberta com a assinatura do Acordo de Diálogo e Cooperação.
As forças políticas que promoveram esta resolução procuram retomar o posicionamento político da denominada 'Posição Comum da União Europeia sobre Cuba' – adoptada em 1996 e revogada em 2016 –, que constituía uma clara afronta aos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.
A resolução esconde deliberadamente décadas de agressão e a permanente desestabilização promovidas pelos EUA contra Cuba.
A resolução omite grosseiramente o criminoso bloqueio imposto pelos EUA que, há mais de 60 anos, atenta contra Cuba e que constitui um instrumento de guerra económica, com profundos prejuízos para a economia e o desenvolvimento deste país, e uma violenta e sistemática agressão aos direitos e às condições de vida do povo cubano.
Uma resolução que escamoteia os efeitos do carácter extra-territorial do bloqueio imposto pelos EUA, bem como o seu agravamento por parte da Administração Trump, nomeadamente para diversos Estados-Membro da UE.
A resolução encobre ainda a insistência dos EUA – apesar das promessas em contrário de Biden – em manter Cuba na ilegítima e hipócrita “lista de países patrocinadores do terrorismo”, que mais não é que uma forma de agravar o bloqueio contra Cuba, incluindo o seu carácter extra-territorial, e as suas criminosas consequências.
A aprovação desta resolução, a menos de uma semana do início da Cimeira União Europeia (UE) – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), constitui ainda uma descarada provocação contra Cuba e toda a América Latina e Caraíbas, que só pode merecer a mais clara e veemente denuncia e rejeição.
Os Deputados do PCP no Parlamento Europeu votaram contra esta resolução, expressaram a sua solidariedade com Cuba, exemplo de dignidade, resistência e determinação face à violenta acção dos EUA, e exigiram o respeito pela soberania e independência de Cuba, pelo direito do povo cubano a decidir livremente do seu destino, de prosseguir o caminho da sua revolução socialista, livre de ingerência externa.