Uma saudação às famílias das vítimas, aos bombeiros, aos autarcas e trabalhadores dos serviços das administrações local e central, aos produtores agroflorestais e outros empresários.
Em meados de setembro, em escassos dias, incêndios rurais de especial severidade, extensão e complexidade percorreram áreas agrícolas, áreas de mato e povoamentos florestais em sete dezenas de concelhos nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Não estão ainda disponíveis os dados do relatório mensal do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, mas notícias diversas apontam para uma área ardida, só por esses dias, superior a 120 mil hectares.
Mas sabemos que, a somar às grandes áreas agrícolas e florestais percorridas pelo fogo, inúmeros agricultores, horto-floricultores, produtores florestais, industriais, mecânicos e famílias perderam ou viram seriamente afetadas alfaias e instalações agrícolas, estufas, armazéns e madeiras, máquinas, instalações industriais e oficinas, automóveis de clientes e até casas – casas de viver, ou casas de suporte à agricultura.
Muitos perderam ou viram afetados os meios de rendimento e de subsistência, houve feridos – e também mortos, que aqui temos lembrado – mas ainda outros que sofrem danos psicológicos de recuperação complexa.
São necessárias de medidas de emergência para mitigar sofrimentos e danos e garantir os apoios necessários às vítimas e ao renascimento das múltiplas atividades atingidas por esses incêndios.
No seu projeto de lei, em complemento às medidas já aprovadas pelo Governo, algumas das quais estão aquém do necessário, o PCP aponta o alargamento do apoio às vítimas e ações no território em função das múltiplas necessidades identificadas, em domínios que vão da garantia de rendimentos à saúde; das intervenções de emergência para a contenção de solo e proteção dos recursos hídricos à reposição do potencial produtivo nas mais diversas atividades económicas, em particular a floresta.
De entre as medidas que propomos, gostaria de destacar:
- O acesso garantido e expedito às consultas de especialidade necessárias;
- A dispensa gratuita de medicamentos, produtos tópicos e ajudas técnicas;
- Apoios às famílias que perderam as suas fontes de rendimento;
- A comparticipação a 100% na recuperação de habitações até aos 250 mil euros;
- Apoios extraordinários às entidades gestoras de baldios afetados;
- Reconstrução de edifícios;
- Apoios de compensação à perda de colheitas;
- Parques de salvados; e
- Planos de estabilização de emergência para a contenção de solos e proteção de recursos hídricos – manifestamente ainda mais urgentes face às condições meteorológicas que já estão a ser adversas, com a erosão acelerada e o carreamento de cinzas para linhas de água.
Urge agir, já!
Por isso se aconselha a passagem destas medidas à discussão na especialidade.