Passados quase dois meses dos incêndios na Madeira, as consequências ainda continuam bem à vista. Na destruição da floresta, na destruição dos castanheiros, das cerejeiras, da actividade silvícola e pecuária, também da apicultura, as populações continuam a não ter a reparação dos prejuízos que os incêndios lhes causaram e a actividade económica, em alguns casos, continua comprometida.
É preciso que as autoridades nacionais, quer o Governo Regional, quer o Governo da República, deem uma resposta que permita a recuperação da actividade económica, da vida social, em toda esta região atingida pelos incêndios. E é preciso que sejam mobilizados os fundos que estão disponíveis para isso, inclusivamente a nível europeu, quer na Reserva de Ajudas de Emergência, quer do Fundo Solidariedade. É preciso que a recuperação daquilo que os incêndios destruiu seja feita de forma a que, no futuro, as consequências dos incêndios possam ser mitigadas ou prevenidas, particularmente tomando medidas para reduzir o risco das consequências dos incêndios para as populações e para a actividade económica.
Não pode ser esquecida também a preocupação com as consequências que podem estar em cima da mesa com as cheias no inverno, porque os incêndios destruíram aquilo que eram as condições naturais para reter a água e, naturalmente, a preocupação com as cheias tem de estar considerada também nessas medidas imediatas e urgentes que têm de ser tomadas para a recuperação dos prejuízos causados pelos incêndios.