Creio que estamos perante uma grande manifestação, uma grande expressão de luta reivindicativa dos anseios destes trabalhadores. Estamos a falar da Administração Pública. Estamos a falar de médicos, de enfermeiros, de professores, de auxiliares. Estamos a falar de trabalhadores que há uma década não vêm qualquer aumento significativo nem o acerto das suas carreiras. Tiveram a expectativa que com o Governo do PS em maioria absoluta isso seria fácil de resolver. Não, não aceitaram a nossa proposta antes, como agora também parece tudo indiciar que estas vozes não vão ser ouvidas.
Creio que hoje a questão dos salários, num quadro de um aumento brutal da inflação, em que a desvalorização dos salários, das pensões e reformas levou a que muitos dos aumentos já foram comidos por essa mesma inflação, que agora se insista em não aumentar os salários para combater a inflação.
É uma contradição insanável!
É por isso que nós achamos que era importante, e por isso apresentámos uma proposta, uma proposta em que o governo vá negociar com os sindicatos uma tabela salarial que corresponda a um sentido positivo de valorização dos salários, seja do salário mínimo nacional, seja dos salários médios, porque hoje o problema da vida cara é um problema que afecta milhões de portugueses que começam a sentir, que começam a verificar que tudo aumenta: desde os combustíveis, desde ao gasóleo, à gasolina, desde o óleo, desde o azeite, desde os produtos alimentares, e a resposta é esta? A resposta é não haver qualquer aumento salarial? Como é que as pessoas vão fazer em relação ao seu salário e à sua reforma?