Intervenção de António Esperança, Membro da Direcção da Organização Regional de Braga, Encontro Nacional do PCP sobre as eleições autárquicas

Trabalho em minoria - Presença indispensável da CDU

Ver vídeo

''

Assistimos ao discurso mentiroso de alguns autarcas que, com afinados mecanismos de desinformação e propaganda, tentam criar a imagem de uma realidade inexistente, tentam justificar uma prática governativa que não corresponde nem de perto nem de longe às necessidades mais básicas das populações e dos trabalhadores, tentam, dar a entender, através de números falaciosos, que o desemprego no seu concelho é dos mais baixos do País que, naquele outro as populações têm qualidade de vida, que é bom viver naquele concelho ou freguesia.… Escondem a trágica realidade dos baixos salários, dos contratos precários, das condições de trabalho miseráveis e da degradação de serviços públicos, enquanto ao mesmo tempo vão, aqui e ali, concedendo isenções de IMI e de outros impostos municipais precisamente às empresas que mais lucros apresentam e que mais precariedade têm nos seus quadros de pessoal. Mas isto, os nossos eleitos conhecem, denunciam e tentam na sua intervenção inverter este caminho de demagogia e exploração, alertando as populações para a verdadeira realidade económica, social e politica.

Esta não é uma tarefa fácil. Entre as dificuldades que diariamente enfrentamos no distrito de Braga, destacamos a tentativa de silenciamento das posições por nós assumidas e a influência do caciquismo junto das populações e do movimento associativo popular.

Quanto ao silenciamento da comunicação social em relação ao Partido e à CDU ou às posições por nós assumidas, este deve-se, no essencial, ao preconceito e ao facto desses órgãos operarem sob a influência dos interesses do capital e do poder local. Uma vez que a nossa intervenção visa uma gestão mais transparente dos municípios ou das freguesias, obviamente que as nossas propostas não serão bem acolhidas pela “opinião dominante”.

Esta realidade, juntamente com a pressão do caciquismo sobre a população, incluindo os nossos camaradas e, em particular, o assédio e outras manobras em relação aos nossos eleitos em situação minoria, podem por isso ser encaradas como uma tentativa de criar desânimo e resignação. Também por esse motivo, devem ser firmemente combatidas.

Camaradas,

Assentamos a nossa intervenção e a nossa forma de estar nos órgãos onde temos eleitos tendo como matriz o projecto autárquico do PCP e da CDU, mesmo estando em minoria, batemo-nos firmemente contra uma realidade que queremos inverter e por uma outra que queremos construir mais favorável para o bem-estar das populações e o desenvolvimento local. Trabalhamos junto das populações, em proximidade, reunindo, ouvindo-as e tentando com elas desencadear formas de luta e reunir forças que permitam trilhar um outro caminho. Encontramos junto dos nossos camaradas e muitos democratas vontade em dar continuidade a esta batalha.

Vemo-nos muitas vezes sozinhos nas propostas e em posições assumidas, batemo-nos por elas com as dificuldades e as forças que temos porque são justas e verdadeiras, porque acreditamos no nosso projecto autárquico e porque o tempo tem vindo a dar-nos razão.

Isto não quer dizer, no entanto, que muitos daqueles democratas que em momentos anteriores não nos acompanharam, não possam agora reconhecer a justeza das nossas posições e estarem, por isso, mais próximos de nós.

Dado o poderio propagandístico de muitos autarcas, não é anormal que por vezes trabalhadores e populações demonstrem incompreensões relativamente ao nosso projecto autárquico, é um facto da vida: há que antecipa-lo e contraria-lo, apostando no esclarecimento das populações, na divulgação das nossas propostas e na valorização do trabalho unitário.

Camaradas, os bons resultados obtidos no distrito de Braga nas eleições autárquicas de 2013 permitiram aumentar o número de eleitos da CDU em órgãos de freguesia e municipais. Ao longo deste mandato e dos anteriores, temos procurado fazer ver às populações que o seu voto não nos foi confiado em vão.

Apesar das debilidades que ainda nos afectam, encontramo-nos hoje mais prestigiados e em melhores condições de crescimento tendo em conta o trabalho desenvolvido, temos dinâmicas de partido e de muitos democratas que pela primeira vez se aproximam e assumem o seu apoio dando a cara e defendendo a necessidade de crescimento e influência da CDU e do seu projecto.

Isto sucede porque trabalho, honestidade e competência são características que nos definem e porque, temos propostas que defendem e garantem às populações melhores condições para realizar os seus legítimos anseios.

Assumamos para o futuro um outro grande desafio, vencer definitivamente o preconceito!

Viva o Partido Comunista Português!
Viva a CDU!

  • Encontro Nacional do PCP sobre as eleições autárquicas 2017
  • Poder Local e Regiões Autónomas