Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Senhores membros do Governo
A TAP está há mais de 30 anos a ser desestabilizada por sucessivos processos de privatização. A TAP já não existia se tivesse ficado nas mãos do capital privado. Mas como voltou para o controlo público, a empresa continua a criar valor, a ser o maior exportador nacional de serviços, a criar emprego de qualidade, a alimentar o turismo nacional, a assegurar capacidade soberana no transporte aéreo.
A TAP SA, que apresentou lucros consistentemente ao longo da última década antes da pandemia, estima-se que apresentará igualmente lucros em 2023.
A TAP esteve sem receber um cêntimo do Estado desde 1997 até à crise pandémica da COVID-19. E como se demonstrou na Comissão de Inquérito, só em dez anos a TAP trouxe ao Estado receitas, só em IRS, de 1,2 mil milhões de euros. Ou ainda receitas da Segurança Social no valor de 1,4 mil milhões de euros (contra 40 milhões da Ryanair).
Agora que já pagámos para ter a TAP capitalizada, equilibrada financeiramente, vamos entregar a TAP a interesses privados estrangeiros?!
E mesmo os resultados futuros da TAP, para lá do seu papel estratégico para a economia nacional, podem reverter em dividendos para o Estado! Porque é que terão de acumular lucros para uma qualquer Lufthansa?
Não, Senhores Deputados! A TAP faz falta ao país e não pode ficar à mercê daqueles que a querem apenas como uma subsidiária regional, ou como um ativo para ser liquidado!
Propomos o cancelamento da privatização. E daqui saudamos os trabalhadores da TAP, e das empresas que são e ou que deviam ser da TAP – a PGA, a Cateringpor, a UCS, a Groundforce. E reafirmamos que contam connosco para lutar em defesa desta ferramenta estratégica para um país que se quer soberano e desenvolvido.