Pergunta ao Governo

Sobre a tentativa de impedimento da acção do piquete de greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa são atualmente protagonistas de um justo processo de luta pela salvaguarda da contratação coletiva, por aumentos salariais e por melhores condições de trabalho.

Durante a greve de 24 horas realizada no passado dia 26 de junho, o Grupo Parlamentar do PCP teve conhecimento de que a empresa procurou tomar medidas no sentido de tentar colocar comboios em circulação entre as 00h e as 2h do dia 26, desrespeitando as normas de segurança da circulação e o acórdão de serviços mínimos.

Segundo os termos do acórdão dos serviços mínimos, os postos de trabalho essenciais só estariam guarnecidos para garantir a segurança dos mesmos e não com os meios necessários para assegurar a circulação de comboios.

Verificou-se mesmo na noite da greve que após a entrada do piquete de greve, devidamente credenciado para verificar se o dito objetivo da empresa não se cumpria, foram chamadas forças policiais a mando da direção do departamento, na tentativa de impedir a prossecução do trabalho sindical, procurando limitar a sua liberdade de ação.

O Governo tem responsabilidade direta sobre esta empresa estratégica do Sector Empresarial do Estado e, por isso, é seu dever garantir que é cumprida a legislação referente ao exercício do direito à greve e à ação sindical.

Assim, e ao abrigo da alínea d) do artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa, e nos termos e para os efeitos do artigo 299.º do Regimento da Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PCP solicita ao Governo os seguintes esclarecimentos:

1.Tem o Governo conhecimento das ações descritas e ocorridas durante a greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa?

2.Tem o Governo conhecimento de outros incidentes relacionados com esta greve?

3. Que medidas pretende o Governo tomar para apurar responsabilidades sobre o sucedido e para garantir que tal violação dos direitos dos trabalhadores não volta a acontecer?

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