1. Reafirmando a sua frontal condenação dos atentados terroristas ontem verificados nos Estados Unidos e renovando a expressão do seu respeito pela dor e o luto vividos pelos familiares das vítimas e pelo povo americano, o PCP entende ser seu dever chamar vivamente a atenção para os patentes perigos de agravamento da tensão internacional e da situação no mundo que se perfilam.
2. Com efeito, as declarações do Presidente Bush e de outros membros da sua Administração, bem como de outros chefes de Governo de países membros da NATO, indiciam um claro propósito de, a pretexto da luta contra o terrorismo que, em alguns casos, é comandado por antigos aliados e serventuários dos EUA, acentuar e agravar nas relações internacionais uma política arbitrária, agressiva, hostil aos direitos dos povos e à soberania dos países, violadora da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, sustentada no recurso à força, na dominação financeira, numa injusta ordem económica internacional e orientada para uma nova corrida aos armamentos.
3. À suficiente condenação por razões de princípio do terrorismo (seja ele praticado por grupos ou facções ou por Estados) é legítimo acrescentar a condenação por razões políticas já que este serve precisamente de pretexto à Administração norte-americana para desacreditar e retirar apoio a justas lutas dos povos, para fazer esquecer o rol de crimes e agressões cometidos pelos EUA e seus aliados em acções que afrontam a própria Carta da ONU (lembrem-se os milhares de civis mortos nos ataques contra o Iraque, a Jugoslávia e o Povo Palestino), para legitimar o papel dos Estados Unidos como donos e polícias do mundo.
4. Face aos imensos perigos do agravamento da situação mundial no quadro da exploração política, ideológica e militar dos atentados de ontem, o PCP considera indispensável o activo desenvolvimento de uma grande e forte mobilização da opinião pública internacional e de uma responsável intervenção dos Estados e Governos no sentido de pôr termo à espiral de violência e de concentrar esforços na solução política de problemas e conflitos que estão contribuindo de forma destacada para a actual tensão internacional.